ATA DA TRIGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO
ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA,
EM 23-4-2008.
Aos vinte e três dias do mês de abril do
ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos,
foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio
Sebenelo, Dr. Raul, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela
Meneghetti, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Sebastião Melo. Constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha,
Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães,
Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Luiza,
Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Nilo Santos
e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados, pela Vereadora Maria Luiza, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 078, 079 e 084/08 (Processos nos
2494, 2495 e 2513/08, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos
505/08, do Senhor Valdemir Colla, Superintendente Regional da Caixa Econômica
Federal – CEF –; 713, 773 e 799/08, do Senhor Roberto Maciel Zeni, Gerente de
Desenvolvimento Urbano da CEF; 534/08, do Senhor Rufino Correia Santos Filho,
Diretor de Programa da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres da
Presidência da República. Durante a Sessão, constatada a existência de quórum
deliberativo, foram aprovadas as Atas da Quinta, Sexta, Sétima e Oitava Sessões
Solenes. A seguir, por solicitação do Vereador Bernardino Vendruscolo, foi
realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Nilo Gonçalves,
ex-Prefeito Municipal de Alegrete, falecido no dia vinte de abril do corrente.
Em continuidade, o Senhor Presidente convidou todos para a Audiência Pública a
ser realizada por este Legislativo às dezenove horas de hoje, na sede do Centro
de Tradições Gaúchas Lanceiros da Zona Sul. Também, foi apregoado o Memorando
nº 084/08, firmado pelo Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal
de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa a Representação
Externa do Vereador Professor Garcia, na tarde de hoje, no Grande Expediente
Especial da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul em homenagem
ao ducentésimo aniversário da chegada da Corte Portuguesa ao Brasil. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Margarete Moraes cobrou explicações relativas
a denúncia recebida por Sua Excelência, segundo a qual funcionários da
Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SMAM – teriam trabalhado e utilizado
veículo desse órgão em uma mudança particular. Também, discorreu acerca da
evolução do Sistema Único de Saúde desde sua implantação. Finalizando, criticou
a postura do Senhor Eliseu Santos, Secretário Municipal de Saúde, em relação a
esta Casa. O Vereador João Antonio Dib leu trechos de mensagem eletrônica
contendo a denúncia abordada pela Vereadora Margarete Moraes em Comunicação de
Líder, prestando esclarecimentos em relação a essa denúncia e às medidas
adotadas pela SMAM para averiguá-la. Ainda, reafirmou que, após a posse do
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no ano de dois mil e três, houve redução
nos recursos do Governo Federal repassados a Porto Alegre para aplicação na
área de saúde pública. O Vereador José Ismael Heinen defendeu a posição do
General-de-Exército Augusto Heleno, Comandante Militar da Amazônia, que
classificou a política indigenista do Governo Federal como “caótica e
lamentável”. Sobre o tema, afirmou que esse Oficial é uma liderança que defende
com coragem, patriotismo e equilíbrio os interesses do Brasil e considerou a
reprimenda do Governo às suas declarações como um ato inadequado e
antidemocrático. O Vereador Claudio Sebenelo discorreu acerca da importância do
Sistema Único de Saúde no Brasil, alegando que esse Sistema deve ser
constantemente aprimorado para garantir condições dignas de atendimento médico
à população. Nesse contexto, criticou o atendimento primário realizado nos
postos de saúde, como a falta de pessoal e de recursos materiais, alegando que
o problema se agrava em função das deficiências envolvendo a área da
psiquiatria no Município. O Vereador Ervino Besson teceu considerações acerca
do desaparecimento do Padre Adelir de Carli, no litoral catarinense, definindo
como irresponsabilidade a autorização dada pelas autoridades para que esse
religioso realizasse uma viagem aérea amarrado a balões de festa inflados com
gás hélio. Sobre o assunto, considerou que a falta de equipamentos técnicos
adequados, a inabilidade do Padre e o incentivo das pessoas a essa aventura
foram fatores decisivos para a tragédia ocorrida. A Vereadora Maristela Maffei saudou a eleição do Senhor Fernando Lugo
como Presidente da República do Paraguai, lembrando que esse político possui um
trabalho vinculado à Teologia da Libertação. Também, registrou sua crença de
que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva opte por fórmulas que beneficiem
tanto o Brasil quanto o Paraguai na definição das tarifas de utilização de
energia elétrica proveniente da Usina Hidrelétrica Binacional de Itaipu. Após,
nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Senhor Presidente
concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Carlos Comassetto, que relatou sua
participação, juntamente com o Vereador Newton Braga Rosa, em Representação Externa
deste Legislativo, na Feira de Tecnologia da Informação – CeBIT 2008 –,
realizada do dia dois ao dia dez de março do corrente, na cidade de Hannover,
na Alemanha. Após, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, de
representantes da comunidade da Vila Campos do Cristal. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Dr. Goulart agradeceu o atendimento recebido do Hospital
Moinhos de Vento, em urgência médica enfrentada por Sua Excelência no último
final de semana. Ainda, retomou pronunciamento efetuado na Trigésima Sessão
Ordinária, defendendo a construção de um novo prédio para o Hospital de Pronto
Socorro de Porto Alegre, bem como a criação de Pronto-Socorro para assistência
às comunidades residentes na Zona Sul e no Extremo-Sul da Cidade. Em continuidade,
o Vereador Marcelo Danéris formulou Requerimento verbal, solicitando a
manifestação da Procuradoria deste Legislativo quanto à intimação do Ministério
Público Eleitoral recebida pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, atinente
a Boletim Informativo publicado por essa Bancada, tendo se manifestado a
respeito os Vereadores Claudio Sebenelo e Marcelo Danéris e tendo o Senhor
Presidente determinado que o referido Requerimento fosse formalizado por
escrito. Ainda, o Vereador Adeli Sell sugeriu a realização de reunião de
Vereadores deste Legislativo com representantes do Tribunal Regional Eleitoral,
para esclarecimentos acerca das normas vigentes no que se refere à atuação dos
Senhores Vereadores no período que antecede as eleições municipais programadas
para o mês de outubro deste ano, tendo o Senhor Presidente informado que já foi
efetuada visita ao Tribunal Regional Eleitoral e que amanhã está agendada
reunião com o Ministério Público Eleitoral. A seguir, constatada a existência
de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA.
Em Votação, foram votados conjuntamente e aprovados os Requerimentos nos
009, 021 e 027/08. Após, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador João
Bosco Vaz, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da discussão do Projeto de
Lei do Legislativo nº 176/06. Na ocasião, foram apregoadas as seguintes
Emendas: de nº 01, de autoria do Vereador Haroldo de Souza, Líder da Bancada do
PMDB, ao Projeto de Lei do Executivo nº 042/07 (Processo n° 9897/07); e de nos
01 e 02, de autoria da Vereadora Margarete Moraes, Líder da Bancada do PT, ao
Projeto de Lei do Executivo nº 041/07 (Processo nº 9742/07). Também, foram
aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando dispensa do envio de Emendas
para apreciação de Comissões Permanentes: de autoria do Vereador Haroldo de
Souza, com relação à Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº
042/07; e de autoria da Vereadora Margarete Moraes, com relação às Emendas nos
01 e 02, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 041/07. Ainda, foi apregoado
Requerimento de autoria do Vereador Carlos Todeschini, deferido pelo Senhor
Presidente, solicitando votação em destaque para as Emendas nos 01 e 02, apostas ao Projeto de Lei do Executivo
nº 041/07. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Executivo nº 041/07, com ressalva das Emendas apostas, por trinta votos SIM,
após ser discutido pelos Vereadores Carlos Todeschini, Maristela Maffei, Nilo
Santos, Alceu Brasinha, Adeli Sell, Luiz Braz, Maurício Dziedricki, Ervino
Besson, José Ismael Heinen, Beto Moesch, Elói Guimarães, Dr. Raul, João Antonio
Dib, Carlos Comassetto e Professor Garcia, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Claudio Sebenelo, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu
Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Comassetto,
Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elói Guimarães,
Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João
Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris,
Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maristela
Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Neuza Canabarro, Nilo Santos e
Professor Garcia. Na ocasião, os trabalhos estiveram
suspensos das dezesseis horas e vinte e nove minutos às dezesseis horas e
trinta e um minutos, nos termos regimentais. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto
de Lei do Executivo nº 041/07, por sete votos SIM, vinte votos NÃO e duas
ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Carlos Todeschini,
Professor Garcia, Maristela Maffei, Nilo Santos e João Antonio Dib, em votação
nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os
Vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini e Marcelo Danéris e as Vereadoras
Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Meneghetti e Neuza Canabarro, Não os
Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Dr.
Goulart, Dr. Raul, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João
Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz,
Maria Luiza, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Nereu D'Avila, Nilo Santos
e Professor Garcia e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Aldacir Oliboni
e Guilherme Barbosa. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 02,
aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 041/07, por onze votos SIM, dezesseis
votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação pelo Vereador Adeli
Sell, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo
votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini,
Dr. Raul, Guilherme Barbosa, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Maristela Meneghetti e Professor Garcia, Não os Vereadores Alceu Brasinha,
Almerindo Filho, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elói Guimarães,
Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael
Heinen, Maria Luiza, Maurício Dziedricki, Nereu D'Avila, Nilo Santos e Valdir
Caetano e tendo optado pela Abstenção o
Vereador João Antonio Dib e a Vereadora Neuza Canabarro. A seguir, foi apregoado Requerimento de
autoria da Vereadora Sofia Cavedon, solicitando Licença para Tratamento de
Saúde no dia de hoje. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento de autoria
da Vereadora Margarete Moraes, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da
discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 219/06. Em Discussão Geral e
Votação foi votado o Projeto de Lei do Executivo nº 042/07, o qual obteve
quatro votos SIM e um voto NÃO, em votação nominal solicitada pela Vereadora
Maristela Meneghetti, tendo votado Sim os Vereadores Claudio Sebenelo, Dr.
Raul, João Antonio Dib e Professor Garcia e Não a Vereadora Maristela
Meneghetti, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da
inexistência de quórum deliberativo. Às dezessete horas e cinco minutos,
constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária
de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Sebastião Melo, Claudio Sebenelo e Carlos Todeschini e secretariados pelo
Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo
falecimento, aos 71 anos, do Sr. Nilo Gonçalves, do PMDB. Ele nasceu e viveu em
Alegrete, foi Vereador e Prefeito daquela Cidade. Era advogado, professor, e só
quem o conhecia pôde avaliar e saber o tipo de pessoa que ele era. Eu acho que
o Rio Grande perdeu com o desaparecimento desse querido companheiro partidário,
amigo e irmão.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Deferimos
o pedido.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras,
hoje à noite os representantes desta Casa deslocam-se até o Extremo-Sul da
Cidade, no CTG Lanceiros da Zona Sul, onde haverá uma grande audiência pública.
Audiência esta devidamente comunicada aos Gabinetes com muita antecedência, e
ratificada hoje pela RP. Eu acho que é de extrema importância a presença dos
Srs. Vereadores e das Sras Vereadoras, porque aproxima enormemente a Casa do dia-a-dia
do cidadão. Já estão confirmadas várias presenças de Secretários,
representantes de autarquias, da Companhia Estadual de Energia Elétrica para
debater temas comuns da nossa Cidade, para os quais todos sabemos o quanto a
nossa população busca encontrar soluções. Então, eu queria fazer um apelo aos
Vereadores que puderem estar presentes. Seria de extrema importância para
qualificar o debate que começa às 19h, lá na Zona Sul.
Hoje
é quarta-feira, a nossa Sessão não tem Tribuna Popular. Nós temos a
possibilidade do uso de Tempo de Liderança neste momento ou posterior à Ordem
do Dia. Portanto, os senhores Líderes é que decidirão.
Comunico o Memorando nº 84, e informo que o Ver.
Professor Garcia esteve representando esta Casa na tarde de ontem, no Grande
Expediente Especial em homenagem aos 200 anos da chegada da Corte Portuguesa ao
Brasil realizada na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.
A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MARGARETE MOARES: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Vereadores e Vereadoras, em primeiro lugar,
quero fazer uma denúncia: recebi um e-mail com nome, sobrenome e
endereço eletrônico, e a pessoa quer saber por que um caminhão da SMAM,
exatamente no último sábado, realizou uma mudança num condomínio na Av.
Protásio Alves nº 7.157, Bloco 9. Quero que a câmera mostre, pois temos as
fotos aqui. (Exibe as fotos.) É incompreensível! Funcionários da SMAM,
identificados com camiseta da SMAM, o caminhão da SMAM, a marca da SMAM, desta
Prefeitura, e aqui o funcionário com a camiseta da SMAM, Verª Maristela
Meneghetti, fazendo uma mudança. A Bancada do Partido dos Trabalhadores, exige,
Ver. Garcia, uma explicação do Governo, e vou lhe passar este documento depois.
Quero falar que neste ano o SUS completa 20 anos, e
tenho a certeza de que ele é um grande projeto, um belo exemplo de programa
social e republicano no Brasil todo, porque foi a partir da discussão com os
trabalhadores e trabalhadoras da Saúde que se estabeleceu a saúde - a partir da
Constituição de 88 - como direito do cidadão, Ver. Todeschini, e como dever do
Estado. O SUS tem programas e méritos indiscutíveis como esse trabalho de
prevenção e tratamento da AIDS, como acompanhamento de doenças crônicas,
transplante de órgãos com as técnicas mais sofisticadas pagas pelo Governo
Federal; a taxa de mortalidade infantil caiu pela metade a partir da criação do
SUS; o Mal de Chagas sumiu do mapa. Hoje nós temos vacinação em massa e a
eliminação de muitas doenças, com exceção do Rio de Janeiro que tem o pior
gerenciamento do SUS do Brasil, até a dengue é uma doença que está em extinção.
No Brasil, 216 mil profissionais são agentes comunitários de Saúde, hoje, Ver.
Oliboni, que fazem atendimento preventivo, terapêutico, educacional, pedagógico
para 100 milhões de brasileiros. Em Porto Alegre são 300 agentes que exigem
hoje uma regularização da sua situação, dos seus direitos de trabalhadores e
trabalhadoras.
A partir de 2003, muito dinheiro foi gasto na
Saúde; de um bilhão e meio de reais que o Governo Federal, o Governo Lula
aportou, 568 milhões foram desviados ou mal aplicados. O problema do SUS é o
gerenciamento nas cidades e nos Estados. Um terço não foi utilizado.
Agora, como era antes de 1988? Ou as pessoas tinham
o INAMPS ou o INPS, que só contemplava quem tinha carteira assinada, os
autônomos, as donas-de-casa, os desempregados estavam fora do SUS. Nos governos
militares, Ver. Ismael, havia uma medicina individualizada, paga, ou o
assistencialismo do balcão, e a partir do SUS, que foi uma criação dos
trabalhadores e trabalhadoras da Saúde, hoje nós temos esse modelo de direito
de todas e de todas. Em Porto Alegre, o Conselho Municipal da Saúde, em três
anos do Governo Fogaça, rejeitou por três vezes as contas daqui.
Então, queremos denunciar que o Secretário Eliseu
respondeu à Presidenta da COSMAM, à Verª Neuza, dizendo que com aquelas
respostas ele achava que não havia necessidade de ele vir a esta Casa prestar
esclarecimentos. Acreditamos que ele tem obrigação moral, ética, faz parte da
liturgia do cargo vir a esta casa conversar com os Vereadores, apresentar a sua
argumentação.
Também
queremos denunciar que o Governo do Estado deve mais de 35 milhões para Porto
Alegre. Então, é esta posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores
reconhecendo que é um sistema importante, apontando falhas, fiscalizando,
denunciando, porque é essa a nossa obrigação nesta Casa. Nós não fazemos
oposição à cidade de Porto Alegre; nós queremos lutar para que Porto Alegre
consiga se equiparar aos melhores atendimentos do SUS no Brasil, e temos
certeza de que hoje a Cidade está devendo, e muito, para a população que mais
precisa.
Vou passar às mãos do Ver. Professor Garcia essa
denúncia em relação ao trabalho da SMAM.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
minha cara Verª Margarete Moraes, o denunciante Martin Denunciador, conforme
aqui está, encaminhou e-mail para todos os Vereadores dizendo: “Neste
final de semana fui surpreendido por um caminhão da SMAM realizando uma mudança
em um condomínio em Porto Alegre, mais precisamente no endereço Protásio Alves,
7.157, Bloco 9. Acredito que haja alguma explicação para que, em pleno sábado,
alguns funcionários identificados com camiseta da SMAM, em caminhão da
Prefeitura, estarem realizando mudança em um endereço residencial. Desta forma,
solicito que esta explicação seja encaminhada para mim e para os jornais para
os quais estou encaminhando este e-mail, evitando divulgação da
história”. Não sei se ele está
evitando ou se ele está mandando para os jornais. Mas, de qualquer forma, os
jornais, parece, não divulgaram.
Esse mesmo Sr. Martin Denunciador, reclama que
apenas recebeu como retorno do Sr. Márcio Del Pino, Diretor da SMAM,
confirmando o ocorrido. E aqui quero dar ciência, especialmente à Verª
Margarete Moraes, que os funcionários não estavam em horário de serviço. Ele
mesmo disse que era um sábado. Já tinham terminado seus turnos às 12h 30min. Os
funcionários foram identificados e punidos por terem usado os uniformes da SMAM
no período em que não estavam em serviço oficial. Quanto ao caminhão, ele é
locado, foi enviado um ofício à empresa comunicando do fato e pedindo a
substituição do referido motorista, o que foi realizado.
O
Sr. Martin Denunciador recebeu da SMAM a resposta, mas que não o agradou por
qualquer coisa, mas, de qualquer forma, confirma; ele mesmo diz o horário.
Então, eu não vejo por que fazer alarde em torno de uma denúncia que o
denunciante diz que não quer. É ele quem disse (Lê.): “Solicito que esta
explicação seja encaminhada para mim e para os jornais para os quais estou
encaminhando este e-mail, evitando a divulgação da história”. Se ele
estava evitando a divulgação da história, eu não sei por que é que ele
encaminhou o e-mail para todos os Vereadores. E acho estranho que nenhum
dos Vereadores tenha respondido, nem eu mesmo, eu não tive conhecimento deste e-mail,
que eu teria respondido, porque eu respondo a todos os que recebo.
Agora, quanto às questões de Saúde em Porto Alegre,
eu realmente quero dizer que o Governo Lula deixa muito a desejar para a
Prefeitura de Porto Alegre. Eu já mostrei aqui, posso mostrar de novo, vou
dizer trezentas vezes, se for necessário, até que um dia, de repente, entre na
cabeça de todos que, em 2002, Fernando Henrique Cardoso mandou para Porto
Alegre 307 milhões de reais, para a Prefeitura de Porto Alegre, tão-somente
para a Prefeitura de Porto Alegre.
E, somente em 2007, o Presidente Lula superou os
307 milhões, chegando a 325 milhões, e este ano está prevista a mesma receita.
Apenas, se nós fizéssemos a correção pelo IGP-M ou IPCA, qualquer um dos dois
índices, nós superaríamos os 400 milhões de reais. Portanto, o Presidente Lula,
ao assumir, diminuiu os recursos para a Saúde em Porto Alegre. E é por isso que há muita gente esperando - e com
muita demora - cirurgias que são de emergência. Não adiantou o mutirão feito
pelo Dr. Pedro Gus, no início da Administração Fogaça; não adiantou o segundo
mutirão, porque estavam represadas muitas cirurgias, e que continuam
represadas. Há pessoas esperando há seis meses, um ano até, para tirar pedras
dos rins. Eu acho que quem teve uma pedra nos rins sabe o que é que significa a
dor dessa pedra.
Portanto, o Presidente Lula deve ter na sua
consciência por ter diminuído recursos para a Prefeitura de Porto Alegre, e
esta pedra que lhe seja leve. Saúde e PAZ! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, após ter recebido inúmeros e-mails
e também o pronunciamento oficial do Democratas, sou obrigado a retribuir o
pedido desses amigos. Este fato é polêmico hoje e assunto do nosso País. A
polêmica tem como núcleo a declaração do General Heleno ao se referir à
política indigenista do Governo como “caótica e lamentável” em relação aos
povos indígenas e à demarcação da Reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima,
acrescentando que serve ao Estado brasileiro e não ao Governo, provocando uma
atitude de ameaça e intimidação ao General por parte do Governo Lula. Mas qual
o currículo do General Augusto Heleno? Brasileiro, que dedicou sua vida a
serviço da Pátria, ex-Comandante da Força de Paz da ONU, no Haiti, adido
Militar na França, e hoje, por seus próprios méritos, ascendeu à honrosa função
de Comandante Militar da Amazônia. Serve à Pátria na selva e não na “ilha da
fantasia”, o que garante a propriedade de seu comentário sobre a questão. Há
muito não emergia uma liderança que defendesse - com inegável coragem, patriotismo
e equilíbrio - os interesses nacionais, agora seriamente ameaçados! Afinal, que
País é este onde o Exército Brasileiro não pode intervir em parte de seu
território, para garantir a lei, a ordem e a segurança nacional? Antes de
honrado e digno militar, o General é cidadão brasileiro, que tem como dever
defender a Pátria e sua integridade territorial. Não há gravidade nenhuma em
sua declaração, que ao vivenciar esta problemática realidade, in loco,
constata que o perigo de demarcar terras em áreas fronteiriças contínuas é uma
constante ameaça à nossa soberania e à segurança nacional, para evitar o
tráfico de armas e drogas, e possíveis invasões por traficantes, delinqüentes e
ONGs de todo o tipo. Grave é o Governo querer repreender um General por ter
manifestado desagrado perante o projeto de demarcação de uma área de 17.475
quilômetros quadrados, para abrigar uma população de apenas 15 mil a 17 mil
indígenas. Metade da superfície de Roraima ficaria com ela imobilizada, o que
alegadamente devolveria o Estado à condição de território. Presidente Lula,
esta sua contrariedade com o General, no mínimo não é uma atitude democrática!
Devíamos estar num período de reflexão: ouvir todos de forma sensata, racional
e equilibrada, para estabelecermos o que deve ser feito para o bem de todos e
do País. Isto, sim, seria um ato democrático!
Entender
o que disse o General Heleno como ato de quebra de hierarquia ao expor as
mazelas de nossa política indigenista demonstra um perfil absolutista “o Estado
sou Eu”.
Ora,
Presidente, o Estado é a Nação brasileira e como parte dela existem as Forças
Armadas e os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, instituições
permanentes por fazerem parte da estrutura política do País, enquanto seus
membros, qual seja, o Governo, são transitórios. Portanto, os dizeres do
General “sirvo ao Estado e não ao Governo” não são nenhum ato de insubordinação
ou atrevimento, apenas uma declaração de quem tem conhecimento de causa.
Queremos
uma Amazônia nacionalista, sim, livre da intervenção estrangeira, com as nossas
fronteiras resguardadas pelas Forças Armadas, fortalecidas com equipamentos e
vanguarda tecnológica.
Queremos
uma Nação democrática, onde qualquer brasileiro tenha o direito de livre
expressão.
Queremos
governantes que realmente respeitem o povo indígena, e, antes de pensar em
soluções demagógicas para a questão indigenista, atenda aos direitos básicos
desses cidadãos brasileiros, que morrem de fome, no Mato Grosso, de diarréia e
desidratação, na Amazônia. De que adianta demarcação de terras sem a garantia
de infra-estrutura básica para uma vida digna?
Sr.
Presidente, nobres Vereadores, concluo este pronunciamento, solidarizando-me ao
Conselho Nacional de Oficiais da Reserva do Brasil que, em nota oficial, assim
se expressaram: “louva, gratificados, a coragem cívica, o destemor pessoal, a
grandeza de propósitos e a reconhecida competência profissional do ilustre
General Heleno, cuja estirpe caracteriza os mais dignos herdeiros de Caxias.
Assinala, pesarosos, que a sociedade brasileira padece em meio a uma crise onde
o civismo, a moral, a ética e os bons costumes estão sendo suplantados pela
febre do sucesso rápido, do ganho fácil, da corrupção política, da vitória a
qualquer custo e do poder a qualquer preço”.
Não
podemos esquecer que a desordem institucional e a omissão dos homens de bem é
que conduzem os incompetentes e os tiranos ao Poder! Obrigado, Sr. Presidente e
nobres Colegas.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Convido o Ver. Carlos Todeschini a assumir a presidência dos Trabalhos.
O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO:
Sr. Presidente, Ver. Todeschini; Srs. Vereadores, foi muito bem lembrada a Constituição
de 1988, chamada Constituição Cidadã, municipalista e salvaguarda de uma das
melhores instituições que existem neste País, que é o Sistema Único de Saúde.
Sistema que deve ser irreversível, aprimorado e, principalmente, intocado, como
resgate de uma dívida social incomensurável e que, até hoje, deixou de ser paga
em grande parte da sua proporcionalidade.
Eu queria, estabelecendo um debate com a Verª
Margarete Moraes, dizer que quase todos os artigos médicos, na área da saúde,
começam sempre com a mesma frase: em Saúde se gasta pouco e mal no Brasil. Isto
é: nós ficamos encantados com a quantidade de dinheiro que vem para o Hospital
de Clínicas, para o Hospital Conceição, que são, indiscutivelmente, o resgate
social e a defesa dos menos aquinhoados. Mas o que nós não podemos aceitar é o
estado da rede primária, e esta é a denúncia maior que se pode fazer na área da
saúde! As condições primárias de atendimento, o primeiro atendimento no posto
de saúde é sempre sofrível, é sempre um mau atendimento, e o que é pior,
acarreta uma sobrecarga imensa aos grandes ambulatórios especializados, mas,
principalmente, aos hospitais, que estão sempre superlotados por falta de rede
primária. Essa questão é o fulcro de todo um sistema que gasta mal e pouco na
área da saúde, porque não se construiu, na origem, uma rede primária de
atendimento, básica de atendimento, com plano
de carreira para os funcionários, com atendimento já diferenciado lá na
periferia, lá onde o povo dorme, onde ele trabalha, onde ele ama, onde ele
circula, onde ele tem todas suas necessidades que precisam ser satisfeitas por
questões sociais. Aí, então, vemos essa distorção na área da Saúde, e nós,
trabalhadores da área da Saúde, trabalhamos indignados com a barbaridade que se
vê nos hospitais. Dentro dos hospitais: o paraíso; fora dos hospitais, nas
emergências: uma verdadeira tragédia, onde o paciente é mal-atendido, é
maltratado, muitas vezes por superlotação e, principalmente, por falta de
recursos mínimos, entre eles, leitos hospitalares.
Se
formos falar, então, na área da psiquiatria, essa é uma das maiores vergonhas
que existem no Sistema Único de Saúde. Não há leito psiquiátrico na cidade de
Porto Alegre! Como se as pessoas não estivessem sujeitas a adoecer de problemas
mentais, de problemas psiquiátricos, do seu psiquismo. As pessoas têm o físico
e o psicológico; elas podem ficar doentes da parte física e da parte
psicológica. Precisam de atendimento, e esse atendimento não existe, não foi
provido.
Então,
com essa debacle geral que existe na área da Saúde, continuaremos botando
dinheiro bom em cima de dinheiro ruim; continuaremos gastando pouco, e muito
mal, na área da Saúde, sem planejamento e, principalmente, continuaremos
envergonhados, porque esta Cidade não tem rede básica de atendimento. É
sofrível o atendimento, e esta Cidade não tem leitos psiquiátricos, o que é uma
vergonha nacional.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ERVINO BESSON: Meu
caro Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas
galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar todos. Quero agradecer à
minha querida colega Verª Neuza, por ter me cedido o seu Tempo de
Liderança do nosso Partido, pois hoje era seu dia. Muito obrigado, minha cara
colega, Verª Neuza.
Hoje,
o Brasil inteiro e, acredito, outros países do mundo, acompanham aquela
tragédia que aconteceu em São Paulo, a morte daquela menina. Lamentavelmente,
nós estamos acompanhando mais uma outra tragédia. Queira Deus que ainda se
encontre com vida o Padre Adelir De Carli, de 41 anos, porque tudo indica,
pelas notícias, que ele não será mais encontrado com vida.
Meus
caros colegas Vereadores e vocês que nos acompanham nas galerias, como é que as
pessoas que organizaram esse evento, os responsáveis, como as autoridades
permitiram que o Padre De Carli fizesse uma viagem como essa? Era prevista uma
tragédia! Como é que 1.000 balões conseguiriam por muitas horas permanecer no
ar? Sabemos que o nosso clima muda! Muitas vezes aqui não há nada de vento, mas
a pessoa anda 10, 12, 15 quilômetros e pega uma ventania! Mas será que isso não
foi previsto?! Deixaram que o mundo inteiro assistisse a mais essa tragédia? É
uma irresponsabilidade total! Muitos dizem que o Padre queria suicídio! Quer
dizer que, se uma pessoa tem essa tendência para o suicídio - que não é o caso
do Padre -, as autoridades vão apoiar esse suicídio? As pessoas ajudam-no a
levantar vôo para viajar não sei quantas horas, ir até Mato Grosso, com 1.000
balões! Às vezes eu penso: mas será que nós estamos brincando com a vida
humana? Será que a gente brinca com a segurança das pessoas? Lá em Santa
Catarina, em Paranaguá, naquela região, foi organizado esse evento, essa
festividade, pois havia milhares de pessoas. Eu acho que vocês todos assistiram
à hora em que ele se preparou, e as pessoas ainda o ajudaram a se levantar! Não
era previsto que aconteceria uma tragédia?! E mais: a irresponsabilidade é
tanta, que alguém tem que ser co-responsável, no mínimo, por essa tragédia.
(Aparte anti-regimental do Ver. Adeli Sell.)
O SR. ERVINO BESSON: Vereador, ele
tinha que dar o exemplo, mas a cabeça das pessoas em um momento de fraqueza...
Quantas vezes a polícia é chamada e consegue evitar muitas tragédias, como
quando uma pessoa quer se atirar da janela de um edifício, ou de uma árvore...
Então, a polícia vai incentivar o suicídio da pessoa? Eu acho que não é esse o
caso. E mais: ele tinha um GPS que nem sequer ele sabia operar! Alguém tem que
ser responsável por isso. Vamos supor que alguém aqui no plenário, algum dos
colegas Vereadores, tente o suicídio; nós vamos incentivar que ele se suicide?
Lógico que não. E o que aconteceu lá é a mesma coisa.
E vocês já calcularam, meu caro Presidente
Todeschini, quanto custou para os cofres públicos esse aparato de aviões, de
navios, enfim, para procurar o Padre? Quem é que paga isso? Então, alguém tem
que ser co-responsável por mais essa tragédia, sem dúvida nenhuma. É uma
irresponsabilidade tamanha que não podemos mais aceitar. Não podemos mais
aceitar esse tipo de irresponsabilidade! Lamentamos; era um padre jovem, um
padre que tinha uma história naquela cidade. A gente viu a tristeza daquela
população, mas aconteceu! A gente lamenta muito, porque essa tragédia deveria
ter sido impedida. É mais uma tragédia que aconteceu, e isso nos entristece
profundamente. Muito obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Senhoras
e senhores, é muito claro para todos nós que o mundo - já dizia um autor
desconhecido - está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar e correr o
risco de viver os seus sonhos. Quero dizer, com isso, que, quando aconteceu a
guerra contra um país chamado Paraguai, formou-se uma Tríplice Aliança.
Infelizmente, dentre eles, estava o nosso País, liderado por um monstro chamado
Duque de Caxias. Brasil, Uruguai e Argentina dizimaram uma população, uma das
populações mais eficientes do ponto de vista econômico, político e social
daquela época. Infelizmente, o nosso governo fez parte da dizimação desse povo.
Quando, Vereador e historiador Zé Valdir, com aquele modelo de desenvolvimento,
o então Presidente Solano López, que foi morto no Cerro Corá, cuja população
resistiu até os últimos tempos, e na chamada “la noche de los niños” foram
assassinados os últimos que sobraram - crianças e jovens -, que estavam
resistindo em prol da autonomia do seu país. E Duque de Caxias, aquele “anjo”,
mais parecido com aquele general que ousou enfrentar o Presidente da República,
eleito soberanamente por quase 60% da população brasileira, porque achou que o
Exército era maior que o Estado e a sua soberania... Tenho medo desses “anjos”,
porque nós conhecemos a história. Na ditadura militar, o povo que se reunia -
como vocês que estão aqui para lutar pelos seus direitos - era morto, porque
era visto como terrorista. Tenho medo desses “anjos” como Caxias, que não teve
pena quando entrou em Assunção, e hoje há uma estátua na entrada de Assunção em
homenagem às mães que perderam seus filhos, assassinados! Eu quero com isso
prestar a minha homenagem ao novo Presidente eleito do Paraguai, Lugo, um
ex-bispo ligado à Teologia da Libertação, e que foi acompanhado, durante todo o
processo, pelo Frei Beto. Quero dizer que tenho certeza de que o Presidente
Lula vai sentar com o Presidente Lugo e rever a questão do preço da energia,
porque o Lula não vai fazer a leitura do contrato; ele vai ler a história da
América Latina, sobre as ditaduras que dizimaram a América Latina, e vai
compreender que o Paraguai hoje é um aliado, porque tirou os ditadores do poder
há 61 anos, e hoje uma pessoa de esquerda, uma pessoa com viés socialista, se
integra à América Latina para que nós tenhamos um povo soberano e não mais um
povo trabalhador - de trabalhadores como estes que estão aqui - tendo que vir
“de bandeja” pedir: “Pelo amor de Deus, cumpram o compromisso que têm com o
povo empobrecido”! É por isso, senhoras e senhores, que eu tenho certeza de que
o Presidente Lula vai honrar o compromisso com a população do Paraguai, vai
rever os parâmetros da forma como é cobrada a energia de Itaipu. Aliás, Itaipu
matou milhares de pessoas e nunca reassentou ninguém em lugar nenhum. Por isso,
senhoras e senhores, não tenho medo de dizer, Ver. Todeschini, que o mundo está
nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar e correr o risco de viver os seus
sonhos. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Solicita
Tempo Especial para relato de viagem à Alemanha, para a Feira de Tecnologia no
último mês, o Ver. Carlos Comassetto.
O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Tempo Especial.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente dos trabalhos, Ver. Carlos Todeschini; colegas Vereadores e
Vereadoras, senhores e senhoras que nos visitam no dia de hoje, venho aqui
fazer a prestação de contas da viagem que realizamos, em nome desta Câmara
Municipal, compondo o Comitê Pró-CeBIT em Porto Alegre, Brasil, América Latina,
viagem essa realizada por mim e pelo então Vereador Newton Braga Rosa. O Ver.
Newton já fez a sua prestação de contas justamente no dia em que o Presidente
Lula esteve nesta Cidade. Havíamos combinado fazer em conjunto a prestação de
contas, mas como nos deslocamos até aquele evento, ele fez a sua, e eu estou
fazendo a minha, hoje.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A nossa
saudação à comunidade Vila Campos do Cristal, seja bem-vinda à nossa Casa. Faço esta saudação na figura dessa
guerreira, que é a Jurema, sempre muito bem-vinda à nossa Casa.
O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. GOULART: Ver.
Sebastião Melo, Ver. Carlos Todeschini, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar eu queria
aqui dizer da minha obrigação de fazer um agradecimento muito especial ao
Hospital Moinhos de Vento, que me acolheu durante este fim de semana em um
momento de urgência, que por sorte e por habilidade do Dr. Migliavacca, um
Doutor muito experiente, que conseguiu me tirar do processo de urgência, e
estou aqui, agora, podendo conversar com os senhores. O serviço do Hospital
Moinhos de Vento é privado, em que não há SUS, mas é um serviço sem igual, no
qual me hospitalizei pela Unimed, que é o convênio que tenho. Ao Dr. José
Ricardo - não lembrava o nome - também agradeço.
Queria
dizer para os senhores da importância - eu que estive em um momento de urgência
neste fim de semana - de a gente continuar trabalhando para que instalemos na
Zona Sul, para que instalemos no Parque Belém o Pronto Socorro. É muito grande
a distância que separa o Bairro Bom Fim, onde está o Pronto Socorro Municipal,
das pessoas que moram na Extrema, que moram na Zona Sul. Se essas pessoas
sofrerem um ferimento em que haja a necessidade de uma reparação imediata, como
uma parada cardiorrespiratória ou perda de sangue muito forte, elas demorarão
muito com o trânsito, até chegar ao maravilhoso Pronto Socorro de Porto Alegre.
Na Zona Norte, nós já temos o Cristo Redentor, que resolve a contento as
urgências daquela Região e das cidades da Grande Porto Alegre.
Mas
o que eu volto a dizer, e sempre que puder falar - e hoje falo pela minha
Bancada, pelo PTB, Partido Trabalhista Brasileiro - eu vou dizer da necessidade
de uma grande intervenção técnica no Hospital de Pronto Socorro Municipal de
Porto Alegre. Isso eu vou dizer todas as vezes em que for preciso. O Hospital
de Pronto Socorro foi projetado para uma população pequenina, ele tem muitos
anos. Ele fez, neste mês, 64 anos e precisa de reparos absolutos. O
interessante é que ao lado do Pronto Socorro Municipal foi construída uma torre
novíssima, há uns dois ou três anos, mas, em vez de ser entregue para a
população, foi entregue para a administração; isso está errado! A administração
que seja levada para outros lugares, deixando apenas a administração mais
direta: chefia de enfermagem, chefia de médicos, direção do Pronto Socorro, mas
qualquer outro tipo de atividade administrativa vá para mais longe, e se faça
um novo Pronto Socorro na frente do Pronto Socorro, passando todos os doentes
para a zona administrativa, adaptando-se àquilo. Hoje, com a tecnologia e com a
engenharia se faz, com rapidez, uma adaptação, por um tempo x, que não seja
maior do que seis meses, do que quatro meses, do que sete meses, e se construa
na frente um hospital limpinho, um hospital cheio de tecnologia, um hospital
como merece o povo de Porto Alegre e dos arredores, um hospital como merecem os
trabalhadores da Saúde do Pronto Socorro, um hospital como merecem os médicos
heróis que lá trabalham. É chato que nós vamos precisar aumentar o número de
trabalhadores; é verdade, aumentar o quadro, porque ele está defasado, é
verdade! É verdade que morreu muito médico, muito funcionário? Sim, não foram
substituídos. Que se aposentaram outros? Sim, não foram substituídos. Que
outros funcionários passaram em outros concursos e de lá desapareceram? É
verdade, e não foram substituídos! E eu não estou falando contra o Governo
Fogaça; eu estou falando contra os governos de todos os tempos que aí estão.
Então, que fosse no Governo Fogaça, que fosse na gestão Eliseu Santos que isso
se resolvesse.
Precisamos
de um Pronto Socorro moderno, à altura dos seus profissionais. Cada um de nós
que aqui está tendo plano de saúde, ou não, sendo um milionário, ou não, todos
vamos precisar do Pronto Socorro no primeiro acidente. O primeiro carro que
bater em um de nós ou em um poste, ou que for abalroado por um caminhão, ou
qualquer um de nós que tenha um infarto na via pública, será levado pelo SAMU,
ou por um táxi, ou por um carro de alguém que tenha compaixão, para o Pronto
Socorro Municipal.
Portanto,
ele é um hospital universal, ele é um hospital de nós todos, é um hospital de
que todos precisamos, de que as pessoas do nosso carinho precisam, de que os
nossos filhos precisam, e ele tem de estar bem equipado com tomografia, com
aparelhos em dia e em forma. E sabem por que eu posso me atrever a pedir para
fazerem isso? Porque essa verba vem da federação pelo Programa QualiSUS, que arrumou
a Emergência do Conceição - que está maravilhosa -, que aumentou a Emergência
Pediátrica do próprio Hospital da Criança Conceição - que está maravilhosa -,
que arrumou a UTI de queimados do Pronto Socorro Municipal - que está
maravilhosa. Tem de ser usado o QualiSUS, verba federal, para melhorar o melhor
hospital de urgência do Sul do País, o único hospital que é totalmente pronto
socorro. Todos os prontos-socorros do mundo são ligados a um outro hospital
para, depois da urgência, os pacientes saírem pelos corredores de trás para o
leito de outro hospital. O nosso não! Ele é totalmente pronto-socorro. Ele é
uma jóia da saúde pública mundial, e nós precisamos, todos os Vereadores,
apresentar projetos, com a nossa força política, para que se pare com o que
está acontecendo neste momento: que se faça o atendimento na parte de trás, e
se arrume a parte da frente, para nunca mais alguém falar mal do Pronto
Socorro. Por que, Vereador? Porque este é o teu hospital, é o teu hospital de
urgência, para que os repórteres jamais falem mal, porque ele é dos repórteres,
e é de todo o povo merecedor e trabalhador do SUS.
Falo
pela Bancada do PTB, preocupada com a saúde da nossa gente! Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Marcelo Danéris esta com a palavra.
O
SR. MARCELO DANÉRIS: Sr.
Presidente, gostaria de fazer uma consulta à Mesa, não sei qual seria o melhor
expediente, ou um Requerimento à Mesa, para uma consulta à Procuradoria da
Câmara Municipal de Porto Alegre.
A
Bancada do Partido dos Trabalhadores recebeu, nesta tarde, uma intimação do
Ministério Público Eleitoral, exigindo que se abstenha de distribuir um Boletim
Informativo da sua Bancada, e entre o rol de argumentação do Sr. Promotor Fábio
Costa Pereira ele diz que “ditas publicações, que sequer apresentaram qualquer
atuação dos Edis junto à Câmara Municipal, destinam-se a promover ataque
direito e frontal ao atual Governo Municipal...” - posição de fiscalização
constitucional dos Vereadores, em especial dos Vereadores de oposição -, “...
especialmente contra o Prefeito Municipal...” - Vereador de oposição que
fiscaliza fala do Prefeito Municipal e do seu Governo; “possível candidato à
reeleição” - bom, isso não está no tema em debate e não pode ser matéria de
ação judicial -, “ao mesmo tempo em que enaltecem os anteriores Governos
petistas na municipalidade” - promoção também de um Vereador que promove ou
debate projetos e programas que têm relação com a Cidade, e fazem propaganda do
Governo Federal em relação ao Bolsa Família, em Porto Alegre, que também é
trato dos Vereadores.
Parece-nos
que a ação da Bancada petista, assim como de qualquer outra Bancada, é a ação
de divulgação e opinião política, que é o trabalho e a função precípua de todos
os Vereadores e Vereadoras desta Casa.
Portanto,
nos estranha essa Intimação. Vamos tomar as medidas legais, obviamente para nos
defender, mas gostaríamos que a Procuradoria da Casa, à qual nós vamos entregar
uma cópia desta Intimação, pudesse também se pronunciar à Bancada do Partido
dos Trabalhadores, num primeiro momento, e também à Mesa da Câmara de
Vereadores de Porto Alegre, para defender esse direito constitucional dos
Vereadores, e depois nós tomarmos as decisões, se há uma medida da Casa em
relação a isso. Nós tomaremos medidas, quanto à Bancada, mas é para preservar o
direito constitucional de todos os Vereadores, sejam de oposição ou de
situação, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, supomos que esta comunicação do Líder do Partido dos Trabalhadores,
Dr. Marcelo Danéris, tem a ver apenas entre o interesse do Partido dos
Trabalhadores, da sua Bancada, e à Justiça, e nada a ver com esta Casa, porque
nos parece que é uma questão jurídica, que não tem nada a ver com a Procuradoria
da Casa, e muito menos a ver com os interesses da Instituição como um todo.
Acho que não cabe o requerimento, e queríamos saber em que tempo do regimento
ele está falando dentro da Casa.
O
SR. MARCELO DANÉRIS: Só
para esclarecer, Presidente Sebastião Melo, nós estamos fazendo uma consulta à
Câmara, que é um direito de todas as Bancadas. Esta consulta não é uma ação da
Mesa, nós estamos pedindo uma consulta também para a Bancada do Partido dos
Trabalhadores. Isso pode informar, Ver. Sebenelo, porque nós temos uma decisão
da Mesa da Câmara e do conjunto dos Vereadores de ter um boletim de todas as
Bancadas dos Vereadores produzidos pela Câmara, que pode ficar impedida,
inclusive a sua distribuição, a partir da Jurisprudência criada pelo Ministério
Público Eleitoral. É para prevenir tudo isto que nós estamos consultando a Mesa
da Câmara e a Procuradoria.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vereador
Marcelo Danéris, a Mesa aguarda a materialização do Requerimento e tomará todas
as diligências em relação ao seu Requerimento. O direito de petição não é só
sagrado nesta Casa, como no nosso País, e, portanto, ele será recebido,
autuado, distribuído e respondido.
O
SR. ADELI SELL: Eu já
tinha solicitado a V. Exª e quero aqui não falar sobre este caso específico, queria
pedir licença ao Ver. Sebenelo, que nós fizéssemos uma visita ao Tribunal
Regional Eleitoral. Qualquer folheto nosso, se alguém não se agradar, pode ser
o meu, pode ser do Sebenelo, pode ser do Braz, seja de quem for... Acho que nós
temos de ter claro o que nós podemos e não podemos fazer. Eu quero seguir as
regras e a Lei. Então eu acho que uma visita desta Casa ao Tribunal seria
salutar.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver.
Adeli, nós já visitamos o TRE, e se eu não estou enganado, amanhã, pela tarde,
tem uma visita nossa da Mesa Diretora, e todos os Vereadores já devem ter sido
comunicados, ao Ministério Público Eleitoral. Acho que é o momento oportuno de
todos nós estarmos lá para conversar com o Procurador Eleitoral.
Eu
solicito a abertura do painel para que possamos prosseguir a chamada para
entrada na Ordem do Dia.
(encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 009/08 – (Proc. Nº 1052/08 – Ver. Bernardino Vendruscolo) – requer a realização de Sessão Solene, em 24 de junho de 2008, destinada
a assinalar o transcurso dos 200 anos do nascimento do Gen. Manoel Luiz Osório.
(incluído em 03-03-08)
REQ. Nº 021/08 – (Proc. Nº 2233/08 – Ver. José Ismael Heinen) – requer seja o período de Comunicações do dia 26 de junho de 2008, às 15
horas, destinado a homenagear a CAPEMI. (incluído em 17-04-08)
REQ. Nº 027/08 – (Proc. Nº 2529/08 – Ver. Sebastião Melo) – requer seja o período de Comunicações do dia 28 de abril de 2008,
destinado a assinalar o transcurso do 51º aniversário da Rádio Guaíba e 1º ano
da Rede Record no Rio Grande do Sul. (incluído em 23-04-08)
Em
votação as Atas das 5ª, 6ª, 7ª e 8ª Sessões Solenes, disponíveis nas Pastas
Públicas do correio eletrônico. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.
Em
votação o Requerimento, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, solicitando
adiamento da discussão do PLL nº 176/06, por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Apregôo a Emenda nº 01 ao PLE nº 042/07, de autoria
do Ver. Haroldo de Souza, com a seguinte Ementa: “Cria 06 (seis) Funções
Gratificadas de Vice-Diretor de Escola no quadro do Magistério Público
Municipal e dá outras providências”.
Em
votação o Requerimento, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, solicitando
dispensa do envio da Emenda nº 01 ao PLE nº 042/07 às Comissões. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Apregôo
a Emenda nº 01, de autoria da Verª Margarete Moraes, ao PLE nº 041/07, que
institui o bônus-moradia para a execução do Programa Integrado Socioambiental -
Pisa, e dá outras providências.
Apregôo
a Emenda nº 02, de autoria da Verª Margarete Moraes, ao PLE nº 041/07: “Parágrafo
2º - A liberação dos recursos deverá ser repassada diretamente ao vendedor
diante da escritura de propriedade do Cartório de Registro de Imóveis em nome
do beneficiado”.
Em
votação o Requerimento da Verª Margarete Moraes, solicitando dispensa do envio
das Emendas nº 01 e 02 ao PLE nº 041/07 às Comissões. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 9742/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 041/07, que institui o
bônus-moradia para a execução do Programa Integrado Sócio-ambiental – PISA, e
dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica
para a tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto.
(Empatado)
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 17-04-08.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
discussão o PLE nº 041/07. (Pausa.) O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 041/07.
Solicito
ao Ver. Claudio Sebenelo que assuma a presidência dos trabalhos.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, aqueles que nos
assistem pela TVCâmara e comunidades do Cristal, que são várias, quando fui
Diretor do DMAE, nós iniciamos a organização deste Projeto do Pisa - Projeto
Integrado Socioambiental. Ele previa, entre outras coisas, o reassentamento das
1.650 famílias - 1.400 do arroio Cavalhada, de diversas vilas, e mais 250 da
Vila dos Sargentos. E ainda previa soluções de infra- estrutura para as 95
famílias do Túnel Verde 2 e outras intervenções urbanísticas importantes na
região, que vão dar um outro perfil.
A
primeira parte da negociação foi feita junto ao JBIC, um banco japonês, que
foi, na verdade, o banco que incentivou a criação de um programa integrado que
envolvesse questões ambientais e também contemplasse as necessidades sociais. É
mais do que sabida a questão da necessidade do reassentamento de todos que são
atingidos pelas enchentes do arroio Cavalhada. Lá estive em várias enchentes e
conheço muito bem o drama e a problemática vivida por vocês.
Depois
de um ano e meio, nós tivemos a negativa do banco japonês, o JBIC, porque eles
estavam mais para receber financiamento do que para realizar empréstimo. Foi aí
que o BID passou a ser o principal agente financeiro do DMAE, pois o objetivo
número um da parte ambiental era tratar os esgotos da bacia do arroio
Cavalhada, e o social era a remoção das famílias.
Nós
tivemos, então, uma tratativa com o Banco Interamericano, porque não havia
dinheiro do Governo Federal, à época. Pelo contrário: havia um movimento para a
privatização da água e do saneamento.
Pois
bem, com as discussões junto ao BID - vocês participaram muito, junto com o
engenheiro Duguay, de muitas reuniões -, o Banco exigiu que as famílias fossem
reassentadas até a distância de, no máximo, um quilômetro de onde vocês viviam.
E ali foram marcadas várias áreas. Eram aproximadamente 15 áreas, o que era um
espaço suficiente para a construção das casas ou sobrados para abrigar a todos
os que precisavam ser transferidos. E, suplementarmente, foi produzida também,
por sugestão do BID, a possibilidade do bônus, um bônus de até 40 mil reais, a
partir da avaliação da casa de cada um. E esse bônus poderia ser usado para
adquirir uma casa legal, escriturada, em outra região da Cidade.
Pois
bem, nós recebemos aqui um Projeto do Governo que contempla essa idéia, mas me
preocupa, porque a intenção e a mobilização para que os senhores e as senhoras
sejam transferidos da área - e, diga-se, é uma área que vai ser muito
valorizada pelo volume de investimentos que está recebendo, pela qualificação
que vai receber de investimento público - torna a situação bastante diferente.
E há, sim, um movimento equivocado de fazer com que os senhores e as senhoras
saiam da área, porque a questão do bônus foi prevista, mas era para alguns
casos e não para a maioria dos casos, como está parecendo agora. Por quê?
Porque a vida está organizada na região, o trabalho está organizado na região,
há infra-estrutura, transporte, postos de saúde, escolas, trabalho, enfim; uma
região que vai poder responder com muito melhor qualidade o futuro da vida de
vocês.
(Manifestações das galerias.)
O SR. CARLOS TODESCHINI: Nós queremos
fazer aqui uma discussão muito séria. Vamos aprovar o bônus, mas queremos fazer
um debate muito claro, e fazer emendas também, de modo a deixar bem claras as
responsabilidades, os papéis e a destinação desse dinheiro público, que, se
levado ao extremo, são 70 milhões de reais. Obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLE nº 041/07.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, senhoras e senhores da comunidade, há muito acompanhamos esse
processo.
(Manifestações das
galerias.)
O SR. PRESIDENTE
(Claudio Sebenelo): Há uma Vereadora na
tribuna. Solicitamos aos senhores visitantes que se mantenham em silêncio para
podermos ouvi-la. Muito obrigado.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Quero
dizer que sim, Ver. Sebenelo, acho que o processo está bem instruído, nós
acompanhamos, e acompanhamos inclusive junto à Caixa Econômica Federal. Temos
que nos ater a alguns parâmetros que estão em nossa concepção de vida; quando
lutamos pela questão de que na origem, do lugar de onde as pessoas vêm, elas
têm que ter uma infra-estrutura, uma vida digna, para não terem que migrar para
as grandes cidades, para poderem permanecer nas suas cidades, na sua
terra-base, onde elas gostariam de estar. Penso que isso tudo tem que ser
avaliado e visto, sim, com muita responsabilidade. Agora, não somos nós que
vamos decidir o destino das pessoas. As pessoas têm que ter o direito a isso, e
se elas compreenderem o que está sendo feito aqui, Ver. Sebenelo, de que terra
é para morar, terra não pode ser uma mercadoria; e que elas estão voltando para
as suas origens, por responsabilidade de um Projeto que possa restabelecer a
sua integridade, a sua dignidade, então boa viagem! Sejam felizes, e que
reencontrem as suas raízes - é tudo o que nós queremos. Mas que seja nesses
parâmetros, de fato compreendidos. E não o que acontece muitas vezes aqui na
nossa Cidade, Ver. Luiz Braz, em que as pessoas, assim como em muitos sistemas,
fazem da sua casa uma mercadoria, e vendem-na, criando assim um vício. Casa é
para ter dignidade e para morar. É por isso que a Bancada do PCdoB vai votar a
favor deste Projeto, compreendendo que nós acompanhamos todo o processo e, em
especial, a parte instruída pela Caixa Econômica Federal. Aqui estivemos, e
vamos votar favoravelmente, porque achamos que as pessoas têm que ter o direito
de reestruturarem as suas vidas; acho que é um ônus público necessário, porque
os empobrecidos são os que pagam mais impostos, e, neste momento, poderão ter a
chance de optar. Por isso nós votamos favoravelmente. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Verª Maristela Maffei.
O Ver. Nilo Santos está com a palavra para discutir
o PLE nº 041/07.
O SR. NILO SANTOS: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras; senhores e senhoras que nos acompanham; eu nem vou usar os cinco
minutos, até porque eu creio que nenhum Vereador aqui vai ter coragem de votar
contra este Projeto. Eu não acredito! Não acredito até porque alguma discussão
pode haver nesse sentido: “Ah, mas o Prefeito Fogaça vai faturar em cima
disso”; ou: “Ah! O DEMHAB vai faturar em cima disso”. Eu acho que isso não está
em discussão, pois se há verba e se há condição de ajudar aqueles que mais
necessitam, este é o momento. Não é o momento de ficar discutindo se o Prefeito
José Fogaça, se este Governo atual vai faturar em cima disso ou não! O mérito é
dele, que o está colocando em prática; mérito é do DEMHAB - a atual gestão -,
que o está colocando em prática. Se está na mão, neste momento, do meu Partido
ou do partido “a” ou “b”, não importa, o que importa é que as pessoas serão
beneficiadas, e ponto final. Não tem que discutir muito isso, não; até porque
vivemos num País onde os pobres são privilegiados apenas em discursos. Quando
entra um Projeto que vem beneficiar as pessoas, ainda surge a possibilidade de
alguém colocar alguma coisa para empacar. Acho que o Projeto tem que ser
aprovado, com certeza. E eu tenho certeza de que este é o pensamento de toda a
nossa Bancada do PTB aqui. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para discutir o PLE nº 041/07.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, venho aqui em nome da
Bancada petebista - Ver. Maurício, Ver. Elói Guimarães, Verª Maria Luiza e Ver.
Dr. Goulart, nosso Líder - para dizer que eu estou muito feliz com este
Projeto. Acho muito importante este Projeto, porque é para as pessoas que mais
precisam. Vocês têm a possibilidade de retornar para a sua terra. Este é um
Projeto em que a Bancada do PTB está junto com vocês. Podem ter certeza de que
se desse para votar duas vezes, nós votaríamos em vocês. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 041/07.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver.
Sebenelo, na presidência dos trabalhos, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores; a preocupação com a região do Cristal, com o entorno daquilo que se
denominou de Shopping Cristal, hoje Barra Sul Shopping, sempre foi uma
preocupação. Lembro que, no ano em que entrei nesta Casa, aprovou-se um Projeto
nesse sentido, e nós sempre condicionamos todo e qualquer investimento - isso
já faz onze para doze anos -, sempre foi com a preocupação do destino das
pessoas, o destino dos seres humanos para terem sua dignidade conquistada e, a
duras penas, preservada. Nós votaremos favoravelmente; faremos uma Emenda para
tentar melhorar o Projeto e para dar garantias, porque somos daqueles que, faça
chuva ou faça sol, na situação ou na oposição, temos compromissos com o povo de
Porto Alegre. E é por isso que estamos aqui para colocar essa questão, para
deixar claro que o discurso, às vezes, é fácil, mas o importante, o que conta é
fazer. Voto favorável, com Declaração de Voto, para deixar clara qual é a nossa
postura. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado,
Vereador.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o
PLE nº 041/07.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Claudio
Sebenelo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; com toda a certeza, não
existe um só Vereador desta Casa que não queira resolver o problema daquelas
famílias que serão atingidas pelo Projeto Pisa. Todas aquelas famílias, pela
vontade dos Vereadores desta Casa, vão, de alguma forma, receber condições de
serem reassentadas. Só que, além dessa preocupação que nós temos com os
moradores, que é justa, através de todos os Vereadores aqui, nós temos também a
preocupação com o investimento, com a forma como ele é feito. Hoje, nós
poderíamos resolver a questão desses moradores, por meio de instrumentos que
nós já temos aprovados aqui por esta Casa, que é o caso, por exemplo, da
concessão do Direito Real de Uso.
Na concessão do Direito Real de Uso, as pessoas
poderiam, imediatamente, ter as suas casas e, após dez anos, fazer a opção de
compra da casa. Isso é a concessão do Direito Real de Uso.
A minha preocupação que quero colocar para os Srs.
Vereadores é no sentido de que, com relação àqueles primeiros moradores que
foram transferidos daquela área lá para o Cristal - e eu via agora uma ação na
Justiça, do DEMHAB -, poucos deles ainda se encontram naquelas habitações que
foram a eles destinadas; pouquíssimos, raríssimos.
E o que fez o DEMHAB? O DEMHAB, sem consultar esta
Casa, resolveu fazer uma coisa que eu acho perigosa: simplesmente reconheceu a
existência dos compradores
sem que esta Casa tomasse conhecimento. Eu só tomei conhecimento, porque vi a
ação que o DEMHAB fez. Ora, eu acredito que há muita gente na fila para poder
adquirir uma casa através do DEMHAB. Então, muito embora eu sendo apoiador do
Governo, acredito que quando se vai tomar alguma atitude, principalmente nesta
área habitacional e em coisas que foram votadas aqui por esta Casa, o
Secretário tem a obrigação, sim, de vir até esta Casa e consultar para ver se
pode. O Diretor do DEMHAB não veio até esta Casa e reconheceu os novos
moradores daquelas habitações, que não são mais aqueles que foram transferidos.
A grande maioria deles vendeu as suas residências. Nós queremos, é claro,
resolver o problema das pessoas, mas nós não queremos dar um cheque em branco
para facilitar a ninguém que faça a sua via eleitoral através do dinheiro
público; isso não pode acontecer!
Então,
eu tenho certeza absoluta, que não há um só Vereador desta Casa, de nenhuma das
Bancadas, que não queira resolver a situação desses moradores, que merecem
isso. Afinal de contas, eles vivem em suas residências há muito tempo, e agora
vão ser retirados de suas residências. É claro que precisamos, de todas as
formas, encontrar um meio para fazer com que essas pessoas, Dr. Goulart,
continuem morando, e cada vez melhor. Eu acho que isso é muito justo por parte
de cada um de nós Vereadores.
Mas
a pergunta que cada um de nós deve fazer, olhando o Projeto, é se este é o
Projeto ideal ou se falta um pouco mais de discussão, sem prejudicar, é claro,
as famílias. Estas não podem ser prejudicadas de forma nenhuma; elas têm que
ser beneficiadas, porque esta é a nossa obrigação, pois nós somos
representantes de todos eles. Agora, temos que tomar cuidado com a via que está
sendo utilizada. Eu não sei se esta via que está sendo utilizada, realmente, é
a melhor. Eu continuo dizendo que nós já temos, no Município, aprovada a
concessão do Direito Real de Uso, que não iria prejudicar nenhuma das famílias;
nenhuma delas. Todas elas iriam receber as suas moradias e teriam um tempo,
depois, para fazer a sua opção de compra - assim como está escrito no Projeto -
em cinco anos; a Concessão de Direito Real de Uso fala em dez anos. Mas nós
todos temos a obrigação de resolver o problema dessas famílias? Claro que sim!
Claro que temos essa obrigação, mas temos que usar o instrumento mais correto
possível, porque, afinal de contas, nós também temos obrigação com o Orçamento
do Município. Esse dinheiro que vem para o Projeto Pisa é um dinheiro que vai
ser pago para o Banco Internacional, por isso nós temos obrigação de fazer com
que o Projeto seja o melhor possível, que não seja simplesmente um Projeto que
chega aqui, fala num bônus ou em alguma coisa assim, e nós, sem termos grandes
instrumentos para fiscalização, votamos ‘sim’, sem fazer uma análise mais
profunda. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
Obrigado, Ver. Luiz Braz.
O
Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para discutir o PLE nº 041/07.
O
SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI:
Minha saudação especial ao Presidente desta Casa, Ver. Sebenelo; o momento de
discussão de um Projeto, principalmente com a presença da comunidade, é a forma
com que nós estamos tratando, conjuntamente com o DEMHAB e com a sociedade
porto-alegrense, por meio dos seus Vereadores, a construção de um Projeto que
realmente atenda às demandas habitacionais da nossa Cidade. Muitas vezes nós
somos provocados desta tribuna ao tratarem de questões da Administração do
Prefeito Fogaça, dizendo que ele não faz para aqueles que mais precisam. Muitas
vezes somos atacados, e vimos a esta tribuna fazer uso do nosso expediente da
Comunicação, para mostrar a grandiosidade, a forma como estamos trabalhando,
para assumir, para absorver, Ver. Dr. Raul, a forma, o trabalho e a preocupação
com aqueles que mais precisam.
Estes
moradores que hoje estão aqui, Srs. Vereadores, moram no entorno do arroio
Cavalhada, moram sob condições preocupantes há muito tempo. E a concessão, o
estudo que fez o DEMHAB, acompanhado, Ver. Luiz Braz, da nossa CUTHAB, que, por
várias vezes reuniu-se para estabelecer o bônus-moradia, é uma forma de atender
e criar elasticidade para que esses moradores, essa parcela da população que
mora junto ao Cristal, tenha condições de inclusão imediata, com a
possibilidade de obter uma casa.
Falávamos
aqui com o Ver. Nilo, o Ver. Almerindo, o Ver. Goulart, o Ver. Brasinha, da
preocupação que temos com isso. Não somente por termos ocupado, enquanto
composição partidária, o DEMHAB, mas a preocupação que nós estamos criando e
estabelecendo com a Cidade, em criar facilitadores para que o cidadão, que
passou a vida morando irregularmente, possa ter o bônus-moradia para buscar a
sua casa, um espaço seu, registrado em cartório, vivendo e convivendo com estas
angústias que tem a urbanidade, que tem a cidade, que vê na irregularidade uma
coisa que ofende o nosso cotidiano, e o bônus-moradia retrata justamente este
ponto.
Os
Vereadores Brasinha e Nilo manifestaram-se no sentido de que nós, hoje,
governamos para aqueles que mais precisam, e é por isso que eu acredito na
aprovação completa, uníssona deste Plenário, para este Projeto, pela sua
grandiosidade, mas, acima de tudo, pelo compromisso que nós temos com aqueles
que hoje moram à mercê do tempo, à mercê das dificuldades, em zonas de risco
ambiental, onde as condições de saúde não os favorecem, e, o pior, onde a
Prefeitura se vê amarrada para atender com seus serviços mais fundamentais - e
a líder Jurema tem-nos acompanhado, porque lá encontra essas angústias da
população que não podem ser sanadas imediatamente.
Então,
a dignidade, por meio do bônus-moradia, Ver. Nilo, é justamente isto: governar
para quem mais precisa.
O
Sr. Nilo Santos: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero cumprimentá-lo pelo discurso
e dizer o seguinte, Ver. Maurício: eu me criei numa área invadida, uma área
ocupada. Minha família nunca teve estabilidade, e, quando não se tem
estabilidade no lugar onde se mora, não há segurança alguma, porque não se tem
o seu lugar, o seu canto. Esse bônus, na realidade, contempla as pessoas que
necessitam de segurança para criar os seus filhos. Tantos Projetos passam por
esta Casa e não geram tanta polêmica como está gerando, agora, um Projeto como
este; tantos Projetos que, muitas vezes, não contribuem com nada! Quando surge
um Projeto como este, o bônus-moradia, que é uma criação do DEMHAB e é uma
bandeira também do nosso Partido - o PTB, através do Senador Sérgio Zambiasi -,
um Projeto que traz solidariedade, não era para gerar polêmica alguma, a não
ser votar, e ponto final, prestigiando essas pessoas, dando-lhes não o bônus,
mas dignidade e respeito, que é o que está sendo dado através desse
bônus-moradia. Obrigado. (Palmas.)
O
SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Ver.
Nilo, além disso, a preocupação que tem a Cidade em crescer de forma correta,
porque lá vai se instalar um shopping; lá nós teremos a duplicação da
Av. Diário de Notícias, a revitalização do asfalto da Av. Wenceslau Escobar, a
construção de uma praça com obras artísticas que ofereçam um rio à Cidade. Lá
temos a discussão, por meio desta Casa, da situação do Estaleiro Só. Então, a
preocupação do Prefeito Fogaça, por meio do Departamento Municipal de
Habitação, é garantir que aquele que mais precisa possa ter a sua vez, e, ao
mesmo tempo, a Cidade cresça de maneira regular.
Portanto,
a nossa Bancada firma um compromisso com a comunidade: em massa, aprovaremos
este Projeto pelo bem da Cidade. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PLE nº 041/07.
O
SR. ERVINO BESSON: Caro
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e
senhores que nos acompanham nas galerias, saúdo, com muito carinho, a
comunidade do Cristal que se encontra aqui nas galerias, e as pessoas que nos
assistem pelo Canal 16. Este Projeto não é uma vitória de um partido político,
é uma vitória da Cidade, de todos os Partidos políticos, e um ganho para a
comunidade do Cristal.
Hoje
pela manhã, nós tivemos uma reunião na sala da Presidência, quando houve a
oportunidade de acompanhar de perto este Projeto e sua proposta. Quero
parabenizar a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, o DEMHAB, por este
belíssimo e excelente Projeto do bônus-moradia, pela sua grande importância.
Vamos supor que algum dos senhores saia de uma determinada região do nosso Estado,
até de fora do Estado, e venha para Porto Alegre. De repente, a sorte esperada
para uma vida mais digna na Cidade não acontece. Então, vocês vão ter a
oportunidade, através desse bônus-moradia, de escolher um local! Talvez o local
de onde vieram, a ele retornem, ou para outro qualquer. Que bom! É excelente,
pois 40 mil reais, gente, dá para se comprar uma bela moradia. Nós vimos hoje
diversas moradias - pois eles tiraram uma foto, com placa de vende-se - eram
excelentes moradias. Vamos supor que alguém de vocês diga: estou com vontade de
morar no litoral. Olha, tem casa por 25, 30, 40 mil reais. Há excelentes
moradias, até mobiliadas. Que bom, né! Olha, é uma oportunidade que vocês vão
ter de adquirir suas moradias, de ter uma vida mais digna ao sair deste local.
Olha,
eu moro na Zona Sul e conheço muito bem a situação daquela Região; moro desde
1961 e conheço a luta, a dificuldade de vocês. Portanto, acho que é um Projeto
excelente, um Projeto pelo qual vocês poderão escolher suas moradias com
tranqüilidade; escolham bem o lugar adequado! Talvez, nessa mudança, vocês
consigam ter uma vida mais digna, criar seus filhos com conforto, morando numa
casa com dignidade.
Portanto,
acho que daqui a pouco nós votaremos este Projeto; e como sempre digo, Ver.
Brasinha, não é uma vitória de um Partido político, de uma sigla partidária, é
uma vitória da Cidade. É um grande ganho para todos vocês.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exa permite um aparte? (Assentimento do orador). Ver. Ervino, nós estamos
vivendo um momento de grandeza do Prefeito Fogaça e do Diretor do DEMHAB, por
terem trazido este Projeto para que a gente pudesse votar. Mas, fora isso, ele
gera mais de 200 empregos, construindo as casas! O senhor imagina o que isso
pode ajudar?!
O
SR. ERVINO BESSON: Perfeita
observação, Ver. Alceu Brasinha. O Projeto é claro - percebam -, pois numa
determinada região onde vão construir as casas, a mão-de-obra tem de ser
ocupada por pessoas que moram na região. É mais uma oportunidade de ganho para
as pessoas! Portanto, quero aqui me manifestar de uma forma muito especial,
muito carinhosa, muito fraterna, porque todos nós somos seres humanos - o
pobre, o rico, o remediado -, todos nós sentimos dores, todos somos mortais e
ninguém é imortal aqui. Então, que bom que vocês vão ter uma vida mais digna,
que vão ter condições de criar seus filhos numa moradia! Portanto, gente
querida, escolham bem onde querem morar. É uma oportunidade ímpar para vocês;
escolham bem! Olha, com 40 mil reais, dá para se adquirir uma moradia muito,
muito, muito mais digna do que a que vocês residem no dia de hoje. Portanto, eu
quero aqui, sem dúvida nenhuma, reconhecer este belo Projeto, parabenizando o
Executivo Municipal, o Sr. Prefeito José Fogaça e o DEMHAB. Eu tenho certeza de
que vocês todos sairão daqui hoje com a alma lavada, porque daqui a poucos dias
vocês vão ter uma vida mais digna junto com seus filhos, com as suas famílias,
e não irão mais residir onde vocês, infelizmente, residem hoje. Nós queremos
que vocês tenham uma vida mais pura, mais digna, com mais lealdade, que vocês
possam estar juntos com os seus familiares. Um abraço fraterno a todos.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir o PLE nº 041/07.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; nobres Vereadores, Vereadoras, público que
nos assiste, principalmente os da foz do arroio Cavalhada. Nós provocamos, há
poucos dias atrás, uma reunião da CUTHAB com a comunidade do Cristal, porque
havia muitos pontos indecisos. Junto com o Secretário do DEMHAB e à CUTHAB nós
acertamos em acelerar o processo de votação da Prefeitura, e estamos aqui hoje.
Nós pretendemos deixar alguns pontos bem claros, porque é uma justificativa às
nossas convicções. Este é um processo que tem a sua origem lá em 1997, até o
ano de 2000, no tempo do Prefeito Raul Pont, em que havia a promessa ao Barra
Sul Shopping de retirarem essas moradias daquele local; e foi se estendendo
esse problema até que a comunidade nos procurou. Nós, junto com a CUTHAB,
aceleramos esse processo para que fosse cumprido, neste ano, o bônus-moradia,
porque esse era o empenho que estava sendo gravado com a comunidade e o Poder
Público Municipal. Eu acho que conseguimos o nosso intento, mas não podemos
protelar mais e deixar essa indecisão para esses moradores - eu tenho fotos
aqui -, que estão morando em casas subumanas, esperando serem transladados de
lá. Assim ninguém vai investir, ninguém vai reformar a sua casa se está
previsto que vão sair e ganhar uma casa nova. O momento de hoje, da forma como
estão vivendo lá, não sei se passa por este inverno. Nós temos esta
sensibilidade, esta obrigação até, de reparar um erro de promessas do passado,
e que até hoje não se concretizaram, mas estão em via de se concretizar caso
nós aprovemos o Projeto dentro das nossas convicções.
Eu,
por ter analisado há mais tempo, e pela preciosidade do tempo dos senhores,
como Líder do Democratas, vou votar a favor. Mas quero deixar bem claro que a
comunidade toda - e isto está aqui no Projeto -, todos os moradores que estavam
morando até o dia 31 de dezembro de 2007 têm seu direito perante esta lei do
bônus dos 40 mil. Então, além daqueles moradores daquela época, está aqui
referendado neste Projeto o direito dos senhores que foram lá morar até o dia
31 de dezembro de 2007. Era isso meu senhores.
A
moradia é uma coisa séria; tenho batalhado muito por isso. A promessa é uma
coisa mais séria ainda. Acho que só podemos prometer aquilo que temos força de
cumprir. E o que o Poder Público promete, principalmente moradia, nós temos que
cumprir custe o que custar! Parabéns pela mobilização! Parabéns pelo direito,
porque essa negociação envolve a comunidade, a Prefeitura e o shopping
da Zona Sul. Muito obrigado. Que Deus os proteja e a nós todos!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, comunidade que há tanto tempo esperava pelo dia de hoje quando
finalmente estamos, a Cidade, dando uma solução a esta situação. Solução que
tem a ver com os moradores junto ao arroio Cavalhada, mas também uma solução
para algo que se iniciou aqui nesta tribuna, nesta Casa, neste Plenário, Ver.
Sebastião Melo, que foi a Audiência Pública para discutir o Programa Integrado
Socioambiental. Ainda no primeiro semestre de 2001, este plenário foi a sede da
primeira Audiência Pública de discussão do Estudo Prévio de Impacto Ambiental
do maior empreendimento da história de Porto Alegre, envolvidos aí mais de 400
milhões de reais. O Socioambiental, projeto este que nasceu na Gestão anterior,
concebido ainda na Gestão anterior, que teve a Licença Prévia ainda na Gestão
anterior, mas que o atual Governo, que “preserva conquistas e constrói
mudanças” manteve, ampliou e aperfeiçoou, como não poderia deixar de ser. Daí
veio a Licença de Instalação, porque as obras já iniciaram. As obras, Ver.
Braz, junto ao arroio do Salso para tratamento de esgoto, já estão em execução,
licenciadas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, a mais independente do
País, uma das raríssimas instituições municipais que pode licenciar obra
pública municipal: a SMAM, licenciando a obra de que ela mesma faz parte! Só
mesmo Porto Alegre consegue isso, porque nós temos uma história riquíssima, que
a Cidade tem construído e que nós estamos preservando e aperfeiçoando.
Por
isso, senhoras e senhores, sim ao bônus-moradia, que foi uma construção da
Prefeitura, acrescentando aqui mais uma alternativa para poder colocar em
prática algo de que a Cidade precisa muito, algo de que outras cidades também
precisam, porque não há como nós termos, Verª Maria Luiza, qualidade
ambiental... Nós teremos muito mais do que a balneabilidade do Guaíba, Ver. Dr.
Goulart, teremos a melhoria das águas do arroio Cavalhada, do arroio Dilúvio,
das nascentes, a melhoria das moradias que eram alagadas, lugar que se
transformará no primeiro Parque Linear de Porto Alegre, porque as pessoas
precisam de moradia, mas precisam de praças, de creches, de escolas, de
equipamentos de lazer e de esporte. Por isso o nome “Projeto Socioambiental”,
porque vai muito além do tratamento do esgoto. É o reassentamento adequado de famílias
que há décadas moram em áreas de risco total e que agora terão vida digna, ou
por meio do bônus-moradia, ou por meio de reassentamentos, Ver. Braz, já
licenciados também. São três condomínios horizontais com unidades residenciais
já licenciados; seis loteamentos novos já licenciados, Ver. Brasinha. Seis
loteamentos aprovados e registrados já licenciados! Aqui, as licenças se
antecipam aos financiamentos. Diz o próprio Ministro Márcio Fortes: “Aqui o PAC
não tem problema”. Esta, segundo o Ministro Márcio Fortes, é a Cidade que não
enfrenta problemas de licenciamento ambiental. Não são contestadas em juízo,
muito menos anuladas, e são céleres, rápidas e têm a confiança do Ministério
Público e da própria sociedade.
Portanto,
estamos aqui, Ver. João Antonio Dib, diante de uma qualificação radical das
águas do lago Guaíba e dos arroios que nele chegam, da regularização fundiária
e do reassentamento digno de pessoas que há décadas moravam em área de risco.
Estamos dando condições muito mais do que ambientais lato sensu, porque
são eminentemente humanas, e daqui ainda surge a quarta unidade de conservação
municipal, qual seja, Morro São Pedro, que, se Deus quiser, será ainda votado e
aprovado este ano pela Câmara Municipal; de um lado a Restinga, e do outro lado
a Estrada das Quirinas. Preserva-se ali o anel de nascentes, garantindo a
preservação das nascentes do arroio do Salso e os afluentes do Guaíba,
garantindo, Ver. Brasinha, que não haja mais erosões lá embaixo para a própria
Restinga, porque serão preservadas por meio de uma unidade de conservação.
Vejam
a riqueza e a complexidade do Projeto Socioambiental que estamos
votando, na realidade é uma parte dele que estamos votando hoje, a parte mais
difícil, mais complexa, porque lida diretamente com pessoas que não tinham
condições humanas dignas e que passam a ter agora, ou por intermédio dos
reassentamentos em áreas já licenciadas, ou por intermédio do bônus-moradia.
Viva Porto Alegre! Porto Alegre continua vencendo! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Apregoamos o
Requerimento, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que solicita sejam votadas
em destaque as Emendas nºs 01 e 02 ao PLE nº 041/07.
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para
discutir o PLE nº 041/07.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Claudio
Sebenelo, na presidência dos trabalhos, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras e comunidade aqui presente, este é um Projeto que dispensa
sustentação na sua defesa, é um Projeto bom, é um Projeto que incide numa
questão fundamental do interesse da pessoa, do ser humano, que é a habitação. A
casa, a morada é fator fundamental da dignidade humana, que não é feita de
abstrações, é feita de fatores e valores. Portanto, a casa é fator fundamental
da dignidade humana. Quando se fala em casa, vejam bem, quando se fala em
habitação e em moradia, se fala naquelas condições mínimas de habitabilidade, e as pessoas
aqui presentes, como de resto outras tantas que não estão aqui, moram em
situações absolutamente contrárias à saúde, à dignidade, enfim... Então, este
Projeto vai na direção, vai na busca de resgatar essa dívida social que tem a
Nação com a sua gente pobre. É um bom Projeto que dispensa sustentação.
A
mecânica, vejam bem, adotada do denominado bônus-moradia é boa; bem regulada é
muito boa, porque entrega às pessoas, às famílias, a liberdade. E a liberdade é
fundamental também; é um fator de dignidade humana. A casa e a liberdade são
fatores da dignidade humana. E o bônus permite, exatamente, que o cidadão, a
cidadã, a família escolha; isso é liberdade concreta. Não há liberdade no
preceito da Constituição, na lei, mas a liberdade tem que ser concreta. Na
medida em que eu tenho em concreto a liberdade, essa, efetivamente, é
liberdade, como é o que está sendo estendido nesse bom Projeto, que é a
liberdade para escolher.
Aqui
há muita gente do nosso interior do Estado que poderá pretender voltar à sua
terra, à sua querência, ao seu rincão; isso é liberdade! Então, ela vai
escolher, Presidente, Ver. Claudio Sebenelo, a sua areazinha, a sua casa, a sua
pequena gleba, para, talvez, voltar às suas origens, estar com a família, na
roça, enfim, produzindo ali naquele meio em que vivia.
Portanto,
é um bom Projeto, e nós vamos aprovar. Queremos cumprimentar, aqui, o DEMHAB;
estão aqui seus integrantes. Queremos cumprimentar o Sr. Prefeito Municipal por
criar esse mecanismo que, na minha visão, deveria ter sido adotado há muito
tempo, porque reúne esses dois fatores da dignidade humana: habitação, porque o
recurso será direcionado para habitação; e a liberdade que se oferecerá às
famílias, às pessoas para escolher - “Olha eu quero morar aqui, quero morar
ali, acolá”, fazendo como fazem aquelas pessoas que têm dinheiro, que têm
recursos para adquirirem a casa. Elas escolhem onde querem morar, isso se chama
liberdade. E liberdade também ao lado da habitação, ao lado da saúde, ao lado
do emprego é dignidade humana.
Meus
cumprimentos ao Executivo, ao DEMHAB e às pessoas que estão aqui, aguardando a
aprovação deste Projeto, para poder concretizar o sonho, porque, se há um fator
que é sonho para o brasileiro, é uma habitação com dignidade humana. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Nós
é que agradecemos, obrigado, Ver. Elói Guimarães.
O
Ver. Dr. Raul está com a palavra para discutir o PLE nº 041/07.
O
SR. DR. RAUL: Minha
saudação ao nobre Presidente, Claudio Sebenelo; aos Vereadores, Vereadoras e a
toda comunidade, em especial a da Zona Sul, do Cristal, que estão aqui; quero
dizer que eu sou um profissional de Saúde Pública, um médico que há 30 anos
trabalha nas comunidades pobres, nas comunidades carentes da nossa Capital,
procurando sempre levar uma cura, levar uma melhor condição de vida, levar uma
situação melhor para as pessoas, lutando sempre com dificuldade, pois todos
vocês sabem o que é o problema da Saúde Pública, o que é o dia-a-dia,
principalmente de quem tem dificuldades de saneamento, dificuldade de água,
dificuldade de moradia, dificuldade de esgoto, de emprego, enfim. Então, no
consultório médico, em uma comunidade pobre, o que a gente vê são os reflexos
do dia-a-dia difícil que cada um de vocês leva. Ou seja, aquela criança com
bronquite, porque está frio, porque mora perto da água; aquela criança com
problemas de pele, porque não tem o saneamento adequado; aquele adulto, aquela
gestação que não pode ser bem controlada, enfim, isso tudo tem a ver com a
dignidade humana, tem a ver com a nossa moradia também, porque a nossa moradia
nos dá qualidade de vida. E vocês, todos, sabem muito bem o que é isso.
Sou
um profissional que passa por essas situações há muitos anos, mas vocês estão
lá, e o dia-a-dia de vocês é realmente difícil e tem de ser qualificado. E eu
fico feliz, agora, neste período em que estou Vereador, pois no ano passado,
como Presidente da Comissão de Saúde, pude acompanhar, participar desse
processo, dar as nossas informações, procurar constituir um Programa
Socioambiental melhor que traga qualidade de vida; um esgoto que, realmente,
traga saúde para a nossa Cidade.
Então,
o dia de hoje me deixa bastante feliz por ver que o bônus-moradia está, com
certeza, para ser aprovado nesta Casa, e ele vai trazer muito mais do que uma
esperança, vai trazer uma solução para muitos de vocês, para que vocês possam
refletir com as suas famílias e dar um direcionamento melhor para as suas
vidas. Vocês são, agora, os protagonistas.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Temos, aqui, nesta Casa, três
médicos: V. Exª, o Dr. Goulart e o Dr. Sebenelo.
São
três médicos atuantes em atividade de ponta e convivem dia a dia com essa
população mais pobre. Então, nada mais justo, pois, melhor do que ninguém, V.
Exas sabem o que representa a qualidade de vida dessas pessoas para
a Saúde pública.
Parabéns
a V. Exª pelo seu pronunciamento, pois V. Exª fala com conhecimento de causa.
O
SR. DR. RAUL: Obrigado,
Ver. Ervino. Na realidade, é isso, a gente está junto com a população no
dia-a-dia e está lutando por melhores condições de vida para todos. Acredito
que o bônus-moradia chega num momento excelente, no momento em que pode mudar a
vida daquelas pessoas que souberem fazer um bom uso dele.
Desejo
que todos vocês pensem muito bem e façam um bom uso desse bônus, melhorando,
com isso, a sua condição de vida, dos seus filhos, das suas famílias. O que
desejo a vocês e a nós todos é que tenhamos muita saúde. Saúde para todos.
Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 041/07.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, gostaria de dizer que me sinto emocionado com a
preocupação de todos os Vereadores, que vão votar por unanimidade, e esta
população que aqui está não quer ouvir discursos, quer soluções mesmo, mas, na
verdade, eles têm que ouvir os discursos. Eu não vi discurso melhorando o
Projeto, dando melhores condições; eu apenas ouvi discursos, discursos e mais
discursos. Mas não é isso que nós precisamos, na realidade; nós precisamos de
soluções. Eu acho que se nós formos mais rápidos, a solução também será mais
rápida. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito
obrigado, Ver. João Dib.
O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 041/07.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente dos trabalhos, Ver. Claudio Sebenelo; colegas Vereadores,
Vereadoras, senhoras e senhores, quero vir aqui discutir este Projeto, e acabei
de convidar o Marins para trazer um conjunto de esclarecimentos, porque temos
ainda dúvidas a respeito da matéria, e quero falar aqui como um Vereador que é
Conselheiro Nacional das Cidades e que está discutindo, neste momento, o
Programa Nacional de Habitação, que é para nós o Programa Nacional que vem
atender os oito milhões e meio de famílias iguais aos senhores e as senhoras
que estão sem uma moradia digna.
Portanto,
quando um Projeto de Habitação surge, ele tem que ser bem discutido, bem
entendido, para que possamos fazer com que essa política se torne uma política
de qualidade de vida, não uma política que deixe dúvidas, e aí é legítimo que
nós possamos discutir, até porque, como foi dito aqui, este Projeto iniciou há
oito anos com a questão do Socioambiental. É uma lástima que nós estejamos
discutindo só com os senhores e as senhoras do arroio Cavalhada, porque foi
excluída a comunidade da Serraria, e nós também queríamos que a comunidade da
Serraria estivesse integrada aqui neste Projeto. É uma lástima que isso esteja
acontecendo... Sim, porque eles são companheiros como a senhora, a senhora não
pode negar que eles tenham o direito de estar incluídos neste Projeto.
Portanto, é o seguinte: nós temos que defender sempre uma política para todos,
não só para alguns.
Eu
levanto algumas dúvidas aqui; levanto algumas dúvidas, e queremos ainda
discutir aqui, a nossa Bancada, para que possamos ter tranqüilidade. A primeira
delas é o seguinte: em Porto Alegre, Ver. Brasinha, nós temos uma carência,
hoje, de imóveis disponíveis, neste valor entre 30 e 50 mil reais. Há uma
carência de algo em torno de 40.000 imóveis habitacionais nessa faixa. Bom, se
nós vamos fazer essa política que vai atender em torno de 1.000 pessoas,
supondo que 20% queiram ir para o Interior, serão 800. Marins, é uma resposta
que nós precisamos ter, nós não vamos estar criando uma ilusão: existe mercado,
há habitações no mercado que podem ser adquiridas por essas famílias, porque
também não podemos ser irresponsáveis e dar um bônus que vai gerar uma
inflação, todo o mundo querendo comprar um imóvel que custa 40 mil reais, vão
querer pedir 50 ou 60 mil porque há dinheiro no mercado? Então, isso tem de ter
um estudo. Segundo: o nosso entendimento é no sentido de que o Poder Público
Municipal teria de construir a estrutura de Habitação, pois essa é a política
nacional, e quero dizer que ali no Princesa Isabel, por exemplo, naquele
prédio, os apartamentos custam em torno de 30 mil reais; todos os conhecem, com
dois quartos, sala, cozinha, banheiro e uma estrutura boa. Qual é a garantia
que nós vamos ter no sentido de que os senhores e as senhoras vão ter acesso a
uma moradia como se fosse uma moradia nova? Portanto, essa é outra resposta que
nós temos de ter aqui, porque não podemos permitir que seja comprado um imóvel,
uma vez que aqui não está dito como é que vai ser feita a identidade dessa
qualidade do imóvel. Entendemos que cada um sabe escolher, sim, um bom imóvel,
mas tem de haver um parâmetro dentro do processo, e no Projeto não diz nada.
Essa é uma dúvida que nós temos. Terceiro: se durante cinco anos fica reservado
àquele que comprou, aqui no Projeto de Lei não está dito que isso fica
registrado na escritura, pois quando se faz um financiamento de um
apartamento... Eu tenho a minha casa financiada, enquanto não pagar o
financiamento... (Pausa.) Não, não é assim não, companheira, (Fala para as
galerias.) isto é um Projeto de Lei, e um Projeto de Lei tem de estar claro.
Bom, portanto é o seguinte: é a primeira vez que o Município vem aqui discutir
conosco este Projeto. Bom, se há dúvidas, Ver. Brasinha, nós temos de tirar
estas dúvidas para votar a matéria, e para votá-la com qualidade, nós queremos
votar um Projeto... (Pausa.)
Sr.
Presidente, bem, se eu não puder me manifestar aqui sobre um conjunto de
dúvidas que temos no sentido de assegurar a qualidade do Projeto, Ver. Dr.
Goulart... esses pontos não foram resolvidos, ou pelo menos não foi dito aqui,
neste microfone, pelo Executivo Municipal - talvez a Liderança venha aqui dizer
-, porque queremos, sim, resolver o problema das 1.680 famílias, com
habitação digna, mas também queremos que essa política continue para os outros,
e, para isso, temos que discutir muito bem a matéria. E os primeiros que vão
usar as habitações, que serão os senhores e as senhoras, devem fazer isso dar
certo. Essa é razão da nossa discussão. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver.
Comassetto.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
discutir o PLE nº 041/07. (Pausa.) Há um Vereador na tribuna, solicito
silêncio. (Tumulto nas galerias.)
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h29min.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo – às 16h31min): Estão reabertos os trabalhos. O
Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLE nº 041/07.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, público que nos assiste, este ambiente fica tenso, porque o
sonho de qualquer família é buscar e ter o direito à moradia. Este é o sonho de
toda e qualquer família. E, aqui, nós temos um exemplo concreto...
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Por
gentileza, Vereador. Há um orador na tribuna e nós pedimos silêncio. Ver.
Professor Garcia, o seu tempo está garantido.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr.
Presidente, eu quero dizer que este Projeto é um conjunto, é um dos segmentos
dentro do Projeto Socioambiental que, sem sombra de dúvida, é o maior projeto
da Cidade dos últimos 50 anos. É um Projeto de mais de 400 milhões de reais. Na
questão específica dessas famílias, é um total de 65 milhões de reais.
Partindo
do pressuposto, como eu disse, que o sonho de toda e qualquer família é o de
buscar e ter o direito à casa própria, com esse Projeto está sendo construído
esse sonho, de várias formas. As diretrizes que são dadas: só vão sair do
Cristal aquelas famílias que assim o desejarem; todas as famílias terão direito
às escrituras dos imóveis após cinco anos; os imóveis com valor inferior a R$
40.000,00 serão indenizados em R$ 40.000,00 - leia-se, é um bônus, ninguém vai
dar dinheiro, como muitos estão interpretando - ou receberão imóvel em conjunto
habitacional. Inclusive, no conjunto habitacional, já está acordado com a
própria comunidade de que serão recrutadas 200 pessoas para trabalharem na
construção desses futuros imóveis. Então, são situações de parcerias.
Quero,
também, fazer outras colocações que entendemos serem mais do que justas. Esse
bônus consiste em subsidiar o assentamento de famílias em moradias que possuam
condições apropriadas de habitabilidade e que estejam disponíveis no mercado
imobiliário. Quer dizer, se a moradia está disponível, tem condições dignas de
moradia, aí, sim, vai ser assinado um contrato para aquela situação.
Também queremos colocar que esse bônus permite a redução substancial do tempo
de reassentamento das famílias; reduz o custo de financiamento, promoção dessas
famílias; torna desnecessária a construção de unidade transitória de passagem,
o que tantas vezes nós vimos, ou seja, as famílias saem daquele lugar, vai ser
construído um outro local, e aí elas ficam numa situação. Isso não vai
acontecer!
Então,
na realidade, há uma série de vantagens. Se as pessoas optarem por sair de
Porto Alegre, e voltarem para a sua cidade de origem, por que não? É o direito
livre de ir e vir, nós não temos nada contra isso. Agora, o que eu quero dizer,
sim, e parabenizar, porque esse é um Projeto da Cidade, é dar dignidade para
cada uma das famílias de terem aquilo que todo mundo sonha: a casa própria.
Portanto,
o que nós devemos, sim, é a partir deste momento, votar pela aprovação do
Projeto. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Claudio Sebenelo, o PLE nº 041/07.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 30 votos SIM,
por unanimidade. (Manifestações das galerias.)
Em
votação a Emenda nº 01, destacada, ao PLE nº 041/07. (Pausa.) O Ver. Carlos
Todeschini, autor do destaque, está com a palavra para encaminhar a votação da
Emenda nº 01, destacada, ao PLE nº 041/07.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, por que nós
fizemos esta Emenda? Porque, ainda que o bônus tenha sido discutido e previsto
no nosso tempo, é necessário que o Município tenha condições de fiscalizar e
acompanhar as famílias que adquiram os novos imóveis. E essa fiscalização só é
possível se for dentro do Município de Porto Alegre, porque, se for fora - pode
ser em Viamão, pode ser em Guaíba, mas pode ser em Pelotas, pode ser em
Uruguaiana, pode ser em São Borja, pode ser em Erechim, como em Caí -, não tem
como o Poder Público de Porto Alegre fiscalizar, não tem como o funcionário
municipal sair do Município se não tiver autorização do Prefeito com diária e
deslocamento de funcionários. Portanto, a alternativa do bônus dá
flexibilidade, mas, na forma como está expresso, autoriza qualquer situação. Já
é muito difícil ao DEMHAB fiscalizar as habitações que controla, porque o
comércio de chaves é muito grande, e isso que é tudo concentrado em blocos, em
Porto Alegre, em situações conhecidas; agora, imaginem 500 casas, mil casas,
1.500 casas, distribuídas ao longo do território gaúcho. Quem vai controlar?
Quem vai fiscalizar? Quem vai acompanhar? E isso é uma obrigação do Poder
Público. Isso tem que ser feito, e isso envolve custos, pessoal, veículos,
envolve estrutura para fazê-lo, e não está dito como vai ser feito. Por isso,
fizemos as emendas para dar garantias, inclusive, para aqueles que vão adquirir
as casas, de que aquilo seja uma casa e não um negócio de chaves. Por isso as
emendas que fizemos, Ver. Garcia, buscam amarrar e dar garantias, porque são 65
milhões do dinheiro público, do dinheiro do contribuinte de Porto Alegre que
vão ser aplicados, e têm que ser aplicados para produzir um resultado social
forte, que traga benefícios e retornos para que aquelas pessoas que receberam o
benefício da moradia façam disso uma nova vida, e não como acontece em muitos
casos, que haja o comércio das chaves e as pessoas retornem para a periferia e
para uma nova ocupação.
Então, estamos discutindo um assunto muito sério,
porque muitas vezes ouvimos aqui críticas aos sem-terra, que vendem a terra, o
que muitas vezes isso acontece, mas o nosso papel de legisladores é fazer as
regras de forma a que o dinheiro público seja bem empregado e que ele tenha uma
garantia do uso e da finalidade social cumprida acima de tudo. É por isso que
nós temos estas Emendas, que é para dirigir a limitação ao Município de Porto
Alegre, possibilitar uma fiscalização adequada, conforme previsão que a Emenda
recomenda. Ainda que sejam casas, imóveis ou apartamentos isolados, porque não
há um bloco concentrado, esta é uma medida importantíssima e fundamental a ser
aprovada, porque é a garantia de que o dinheiro público vai ter uso adequado.
Era esta a manifestação que eu tinha a fazer, em
nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Muito obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01,
destacada, ao PLE nº 041/07.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, agradeço ao Ver.
Haroldo de Souza por me deixar falar em nome do Partido. Tenho certeza de que a
Bancada do Partido dos Trabalhadores, quando fez as duas Emendas, as fez no
sentido da construção, mas, ao mesmo tempo, conversei com a Verª Margarete,
porque entendemos que, embora o espírito seja a questão do protecionismo em
Porto Alegre, à uma colocação de um não-controle ou uma possível perda do
controle, nós entendemos que o que vale é o livre arbítrio de cada família. Se
uma família quiser ir para algum Município fora de Porto Alegre, por que não
pode fazê-lo? Entendemos que isso é legítimo! Eu quero ressaltar o seguinte: a
escritura só será entregue à família depois de cinco anos. “Ah! Mas não temos
condição de fiscalizar”. Em Porto Alegre vai ter um fiscal para cada uma dessas
famílias? Não! Quando chegar a época dos cinco anos é que vai se verificar.
Então, temos que ver de outra forma; primeiro, garantir que cada família tenha
o livre arbítrio de escolher onde quer morar.
Então, em cima disso, eu volto a insistir, e peço
para a Verª Margarete, que fez a Emenda, que não teria nenhum problema, Verª
Margarete, se V. Exª e o seu Partido se abstivessem, e nós construíssemos isso,
porque eu acho que é do processo, porque, na realidade, se nós aprovarmos - eu
aqui estou encaminhando contra -, nós faremos um crime contra o livre-arbítrio
da população. Por isso, solicitamos que votem contra a Emenda. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01,
destacada, ao PLE nº 041/07.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todo esse processo
foi profundamente debatido nesta Casa. Eu, pessoalmente, enquanto
Vice-Presidente da CUTHAB, juntamente com o nosso Presidente, Ver. Elói
Guimarães, discutimos com a Caixa Econômica Federal os critérios do
acompanhamento, e o critério dos cinco anos, de ninguém receber a escritura
nesse tempo de cinco anos. Estou profundamente tranqüila em votar
contrariamente a essa Emenda, porque me sinto tranqüila com a responsabilidade
de quem já discutiu junto à Caixa Econômica Federal e com a população de Porto
Alegre que está incluída neste Projeto. Aqui todos nós somos partes, todos nós
temos interesses e responsabilidades. Ninguém tem mais responsabilidade ou é
melhor do que outros no sentido daquilo que nós compreendemos de bom para a
nossa Cidade. E não é porque é um ano eleitoral, não é pela posição de o meu
Partido ser um Partido de esquerda que eu vou fazer oposição por fazer
oposição. Nós estamos dentro dos critérios políticos e estamos com a população
de Porto Alegre. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Nilo
Santos está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01, destacada,
ao PLE nº 041/07.
O SR. NILO SANTOS: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
venho mais uma vez a esta tribuna para saber: se a pessoa é pobre, ela agora
virou desonesta? Quem sabe, Ver. Todeschini, vamos colocar um sensor nas
pessoas para saber onde elas estarão? Como é que nós vamos restringir a área? E
se as pessoas quiserem retornar para o Interior, para o meio dos seus parentes,
aí não pode? Quem sabe, nós votamos aqui, também, para ver se ele vai ter que
ter um vizinho branco ou negro? Mas como é que nós vamos roubar a liberdade das
pessoas? Isso foge da nossa competência, Ver. Carlos Todeschini! Isso não
compete a nós! A pessoa, se ela quiser morar em Canoas, ela vai optar por morar
em Canoas. “Ah, mas aí tem de fiscalizar”. Mas a Prefeitura está aí para isso,
o Governo está aí para isso: para fiscalizar! Vai dificultar? Claro que vai
dificultar! Só que a pessoa tem a liberdade! Como é que nós vamos dar o
bônus-moradia? Quem sabe, nós botamos ali, também: “As pessoas que tiverem o
bônus-moradia vão ter de usar roupa azul!” É se meter demais na vida das
pessoas! Essas pessoas não estão ganhando apenas o bônus-moradia, elas estão
ganhando liberdade! Vão ter o seu pedaço de chão! Não dá para ficar
restringindo, escolhendo: “Olha, eu acho que tem de morar na zona Sul, eu acho
que tem morar na zona Norte”. Isso não compete ao legislador, não compete ao
Vereador! Até porque, quando nós vamos lá pedir o voto para a comunidade, nós
não ficamos enchendo as pessoas de perguntas e restrições também! Tem de
respeitar o direito das pessoas! Tem de respeitar! Até porque, há alguns anos,
se tivessem de dar bônus-moradia para a minha família, que morava numa área
ocupada, nós optaríamos em voltar para o Interior, porque nós não tínhamos nada
nesta Cidade, nada! As pessoas têm de ter liberdade!
Outra coisa, também, que quero deixar bem claro aqui:
que esta vitória é de todos nós, de todos os Partidos, é uma vitória do Governo
Fogaça. E espero, sim, que a oposição reconheça isso, também. É uma vitória; é
um avanço! Imaginem, as pessoas não tinham onde morar, moravam em área de risco
e vão ganhar uma casa para morar, vão ganhar um espaço para morar, que vão
poder dizer: “É meu este pedaço de chão!” Isso é para nós estarmos celebrando e
não trazendo aqui restrições, tipo, pode ir para lá, pode ir para cá, tem de
morar com o vizinho tal, nada disso! Essas pessoas estão conquistando a
liberdade. E a nossa Bancada, o nosso Líder Dr. Goulart, Ver. Elói Guimarães,
Ver. Maurício Dziedricki, Ver. Alceu Brasinha, Ver. Almerindo Filho, Verª Maria
Luiza, nós votamos contra esta Emenda, em favor da liberdade dessas pessoas,
como tão bem disse o nosso Ver. Elói Guimarães. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01,
destacada, ao PLE nº 041/07.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; realmente eu fico impressionado com a
importância do Projeto ora aprovado e discutido amplamente. Eu disse que a
discussão me emocionava, que não acrescentava nada ao Projeto, e que as Emendas
não foram discutidas. Agora, então, vamos discutir as Emendas. Meu amigo Ver.
Alceu Brasinha veio aqui me dizer que a Constituição diz que o individuo tem o
direito de ir e vir, e parece que estão querendo tolher esse direito. Eu acho
que nós perdemos muito tempo discutindo em aprovar uma coisa que devia ser
aprovada desde o início, sem maiores discussões, sem maiores preocupações.
Portanto, essa Emenda deve ser rejeitada na sua plenitude. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib e outros, a Emenda nº
01, destacada, ao PLE nº 041/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA
por 7 votos SIM, 20 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
Vinte
e nove Senhoras e Senhores Vereadores votaram e foi Rejeitada a Emenda.
Em
votação a Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº 041/07. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell
está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLE nº
041/07.
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Sebastião Melo, colegas Vereadores e Vereadoras, comunidade do Cristal, como já
disse anteriormente, falo aqui em nome de minha Bancada, sempre com a
preocupação de que todas as questões entre o Poder Público e a municipalidade
sejam realizadas de forma transparente e de forma a resguardar os direito de
quem as reivindica, mas, também, os direitos das outras pessoas que não estão
envolvidas diretamente no caso em questão.
Nós
conversamos com os outros Vereadores e achamos conveniente que fique claro que
a liberação dos recursos deverá ser repassada diretamente ao vendedor, diante
da escritura de propriedade do Cartório de Registro de Imóveis, e em nome do
beneficiado. Creio que esta é a forma mais clara, mais correta, transparente,
porque isso não estava totalmente claro na redação do Projeto que veio até
aqui.
Nós
queríamos dizer aos senhores e senhoras, mais uma vez, que tenham sucesso em
suas atividades, que tenham os seus direitos resguardados, e que, sempre que
necessário for, venham à Casa do Povo, à Câmara de Vereadores, que representa o
conjunto da população de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
Agradecemos as honrosas
presenças dos representantes da comunidade do Campo do Cristal. Querendo
permanecer conosco, estão convidados; não querendo, o nosso boa-tarde, e muito
obrigado pela honrosa presença.
A
Verª Sofia Cavedon solicita Licença para Tratamento de Saúde em 23 de abril de
2008.
A
SRA. MARGARETE MORAES (Requerimento): Presidente
Sebastião Melo, solicito adiamento de votação do PLL nº 219/06, Projeto de
minha autoria, por uma Sessão.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
votação o Requerimento de adiamento de votação do PLL nº 219/06, por uma Sessão
- aguardo ofício à Mesa -, de autoria da Verª Margarete Moraes. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 9897/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 042/07, que cria 06 (seis) Funções Gratificadas
de Vice-Diretor de Escola no quadro do Magistério Público Municipal e dá outras
providências.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para tramitação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da
LOM, em 23-04-08;
- para aprovação, voto favorável
da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLE nº 042/07. (Pausa.) Não há quem queira
discutir. Em votação nominal, solicitada pela Verª Maristela Meneghetti, o PLE
nº 042/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Quatro votos SIM
e 01 voto NÃO.
Há um total de cinco votos, portanto não há quórum.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h05min.)
* * * * *